O básico de mim - Fonte: Pixabay

O básico de mim

Daniela Piroli Cabralcontato@danielapiroli.com.br Nas manchetes dos meus dias, a repetição. Caminho a pé atravessando a árida rotina. O cotidiano está cristalizado no infinito das horas. Os mesmos hábitos se repetem na permanência do calendário. Estou cansada. Haverá uma brecha para o existir? Sigo o ritmo dos ponteiros do relógio e a cadência tediosa do que é ordinário, comum. Nas bordas da banalidade me construo. Me … Continuar lendo O básico de mim

Desnorteio

Leānder Quadragesimae Desistir de controlar qualquer parte do meu dia tem sido uma tarefa árdua. Nesses vinte anos de vida, de forma inconsciente e consciente, venho fazendo muito esforço para não perder o domínio sobre o meu universo. De certa forma, esse processo é a desconstrução desse conhecido “ego” e de acreditar que somos mais importantes do que parecemos ser. Em tese, não há outra … Continuar lendo Desnorteio

Velório é de morte

Márcio Magno Passos A única certeza da vida é a morte. Frase chata, essa. Tanta coisa boa para a gente ter certeza na vida e, volta e meia, vem essa danada da morte incomodar nossa consciência. Tenho uma relação de amor e ódio com ela. Amor porque eu não sou otário de ficar só nutrindo ódio contra coisa tão importante. Imaginem se ela fica ressentida … Continuar lendo Velório é de morte

Reavaliando decisões (in)definitivas

Eduardo de Ávila Já contei aqui da minha opção em ser usuário de aplicativo nos meus deslocamentos urbanos. Foi uma decisão complicada de ser assumida (25/05/2018 e 11/02/2020), afinal quem não gosta de pegar o carro e sair por aí. Na minha rotina diária, sempre ao sair do trabalho, havia uma parada obrigatória num shopping para um cafezinho e – via de regra – uma … Continuar lendo Reavaliando decisões (in)definitivas

Expectativa histórica com o 7 de setembro

Eduardo de Ávila Na minha infância, estendendo pelos primeiros tempos da adolescência, a espera pelo desfile cívico da independência enchia nossos dias em Araxá. Naqueles distantes tempos – logo após o golpe de 1964 – ainda completamente ingênuos, acreditávamos que o comunismo era tão terrível que se comiam criancinhas vivas. Como pode, que coisa mais tenebrosa, adultos – naqueles primeiros tempos de televisão – cometerem … Continuar lendo Expectativa histórica com o 7 de setembro

O gafanhoto torna-se pesado

“Não se é de parte nenhuma enquanto não se tem um morto debaixo da terra.” – Gabriel García Márquez – Victória Farias Ana acordou duvidando da realidade. Não que não acreditasse de que aquilo que corria em suas veias não fosse vida, mas carregando uma leve – e insistente – impressão de que tudo a sua volta não sentisse a mesma pulsão. Não podia dizer … Continuar lendo O gafanhoto torna-se pesado

Decreto põe fim à pandemia

Eduardo de Ávila Em meio a tanta flexibilização, a população – notadamente em Belo Horizonte – parece ter baixado um Decreto que colocou fim aos riscos de contaminação pelo coronavírus. O Decreto, no sistema jurídico do Brasil, são atos de competência dos chefes do Executivo (Federal, Estadual e Municipal) em casos de sua abrangência constitucional. Digo isso, só para entrar no que realmente interessa. Parte … Continuar lendo Decreto põe fim à pandemia

Aurélia em quatro tempos

Rosangela Maluf Primeiro tempo Já era tarde quando Aurélia foi se deitar. Passava das onze horas e a novela terminara fazia tempo; tanto que sua mãe deitou-se logo depois, cansada, com dores na coluna e um mal estar generalizado – como sempre acontecia às sextas feiras. Aurélia pegou no colo a irmã mais nova, que dormira diante da TV, colocando-a na cama de baixo, no … Continuar lendo Aurélia em quatro tempos

A moça bonita ficou feia

Eduardo de Ávila Diferente de casos recentes de mulheres, trazidas aqui neste espaço, que lutaram e ainda lutam por um mundo melhor, temos algumas histórias de outras que a vida condenou à ganância, arrogância e ao alimento do ódio. Tinha, na minha já distante adolescência, uma moça que encantava a mim e a muitos da nossa geração. Filha de uma família classe média, como a … Continuar lendo A moça bonita ficou feia

Ode à Tros

“Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mais falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo.” Machado de Assis –Victória Farias O que pode compensar o que perdemos? Quem pode? Sob a ordem de quem? Na Mitologia Grega, Tros teve um filho sequestrado, com a intenção de ser usado como serviçal dos deuses. O que … Continuar lendo Ode à Tros