Meu nome no caderno dela

Daniela Mata Machado “A disciplinária da escola anotou meu nome de novo e é possível que você receba um bilhete”, era Dora me informando, na hora do almoço, como quem não quer nada, alguma intercorrência que aconteceu na escola. Ela não cria problemas e eu quis entender o que tinha acontecido. “Usei o meu casaco rosa. E no outro dia ela anotou porque também usei … Continuar lendo Meu nome no caderno dela

Sem esforço (sem esforço?)

Daniela Mata Machado Quando a gente se esforça pra parar, a gente não para. Porque parar não exige esforço. Era mais ou menos isso o que dizia o texto do oráculo que eu consultei anteontem. Ou foi o que absorvi dele. Já há muitos anos eu me dedico ao silêncio, à pausa, aos retiros, aos mantras e ao aprendizado de tudo o que possa me … Continuar lendo Sem esforço (sem esforço?)

O velho relógio

Daniela Mata Machado Tempo, tempo, mano velho Falta um tanto ainda, eu sei Pra você correr macio Fernanda Takai canta no Spotify, enquanto observo, na parede da sala de estar, entre a janela e uma estante vermelha, o relógio de badalo que herdei de minha mãe, cujos ponteiros frequentemente se adiantam. Agora mesmo, o celular me informa que são 8h56, mas o velho relógio – … Continuar lendo O velho relógio

Às mulheres desta Gilead chamada Brasil

Daniela Mata Machado Se o barulho que se fez na última semana tiver dado bom resultado, é possível que, enquanto você está lendo esta crônica, o PL 1904/2024 já tenha saído da pauta da Câmara dos Deputados. Ainda assim, eu gostaria de trazer o tema de volta à baila para que a gente não esmoreça nem esvazie o debate. Afinal, aquela citação de Simone de … Continuar lendo Às mulheres desta Gilead chamada Brasil

Barulho, por favor

Daniela Mata Machado O repouso e o silêncio foram meu remédio até o momento em que a dor se tornou tão insuportável que o movimento incessante passou a ser minha única possibilidade de seguir adiante. Esta é a primeira vez que me sento para escrever algo que não seja absolutamente técnico desde aquela noite que jamais vai se apagar em mim. E ainda não sei … Continuar lendo Barulho, por favor

Só esse troco?

Daniela Mata Machado   Na semana passada, eu precisei resolver uma questão na operadora de celular. Durante o atendimento telefônico, fui transferida para quatro ou cinco diferentes estados da Federação e, embora até me encante pela diversidade de sotaques do país, eu já estava à beira de um ataque de nervos porque não conseguia simplesmente migrar o plano dentro da própria operadora. E estava assim, … Continuar lendo Só esse troco?

Aprendendo a fluir

  Daniela Mata Machado   “A velhice é um naufrágio.” (Charles de Gaulle)   Em quatro dias eu vou completar 50 anos de idade e estou aqui, diante de uma tela branca, sem saber absolutamente nada do que quero, posso ou consigo escrever. Acho bonito esse olhar esperançoso da minha geração sobre os dias vindouros, como se a velhice pudesse ser uma nova adolescência, mas … Continuar lendo Aprendendo a fluir