Mil genitores

Taís Civitarese Recentemente, li “O filho de mil homens” do escritor português Valter Hugo Mãe. A obra me tocou profundamente ao contar a história de Camilo e de todos os entrelaçamentos humanos que trouxeram significado a sua vida. Desde então, venho me divertindo com o exercício de identificar os mil “procriadores” que assim se colocam para nós ao longo da caminhada. As pessoas que, numa … Continuar lendo Mil genitores

Katsuobushi

Taís Civitarese O katsuobushi é um tempero produzido através do peixe atum-bonito. Ele é o próprio peixe curado, fermentado e defumado, ralado em finas lascas e usado para temperar caldos japoneses. O processo de sua produção é artesanal e leva vários meses. É parte importante da cultura culinária do Japão. A intenção em sua fabricação é concentrar o máximo de sabor possível com a formação … Continuar lendo Katsuobushi

Mudando comportamentos

Andei preocupada nos últimos meses em busca de encontrar um ponto de equilíbrio no relacionamento com meu filho caçula. Sua personalidade forte por vezes se tornava bastante desafiadora (não sei a quem ele puxou…). Eram embates frequentes para fazer o “Para Casa”, para desligar a TV, resistências aos horários estabelecidos na rotina da casa e uma postura “do contra” capaz de fazer cair o cabelo! … Continuar lendo Mudando comportamentos

Paradoxo paterno

Taís Civitarese É curioso que um país tão patriarcal quanto o nosso tenha um contingente imenso de pais falhos. No hospital em que trabalho, é recorrente nas histórias de adoecimento psíquico das crianças e dos adolescentes a ausência de um genitor afetivo, suficiente ou sequer presente. São relatos desanimadores de negligência, abandono e violência e um número expressivo de famílias formadas unicamente pelos filhos e … Continuar lendo Paradoxo paterno

Antipatia semântica

Taís Civitarese Há algum tempo, tenho observado os modismos linguísticos. Termos que pareciam esquecidos ou que tinham um uso específico entram em voga e se espalham por toda parte. Dentre esses, uma certo ramo me incomoda profundamente. Tudo começou com “diferenciado”. De 2010 para cá, tudo o que era “bacana”, “luxuoso” ou que tinha um quê a mais, ganhou essa alcunha um tanto quanto pastosa. … Continuar lendo Antipatia semântica

Ser humano não é ser Homo sapiens

Taís Civitarese É impressionante como alguns brasileiros parecem não perceber o país em que vivem. Acham que estão na Suíça ou na Inglaterra, talvez por viajarem o mundo e verem Sephoras e Mc Donald”s instalados tanto aqui quanto lá. Pensam que estão em uma versão mais arborizada dos Estados Unidos ao se fecharem em bolhas bem decoradas e cercadas de segurança armada por todos os … Continuar lendo Ser humano não é ser Homo sapiens

Devorador de livros

Taís Civitarese O cachorro deu para comer meus livros. Isso me trouxe um profundo desgosto. Ai de mim se abandonar um exemplar sobre o sofá. É fato que em poucos minutos, será encontrado aos pedaços na garagem, recoberto por terra, irrecuperável. Com o outro cão, eram os sapatos. Talvez isso indique algum tipo de evolução (canina ou minha?). Talvez isso simbolize algo. Descobri esse pendor … Continuar lendo Devorador de livros

Mulheres e misoginia

Taís Civitarese Não é de hoje que pessoas oprimidas aliam-se aos seus opressores para sobreviverem. Isso acontece a todo momento. Negam sua essência, sua história e seu passado em troca de um pouco de sensação de pertencimento. Não são todos que estão dispostos a guerrear pelo que são. Concordo que nem sempre os contextos permitem a guerra. No entanto, a resignação à opressão é adoecedora. … Continuar lendo Mulheres e misoginia

Cores dissolvidas

Taís Civitarese Lendo as últimas notícias, fiquei tocada por uma imagem. Ela foi feita por um dos voluntários que participava dos mutirões de limpeza das casas inundadas do Rio Grande do Sul. Não é uma imagem propriamente chocante em comparação às tantas que foram noticiadas ao longo da tragédia. Tampouco seria digna de nota por sua magnitude em termos de perda material. Porém, ela me … Continuar lendo Cores dissolvidas

Desafogo

Taís Civitarese Coisas que se sente e que não tem nome. Ando às voltas com elas. Às vezes, é difícil processar as violências que se vive. A única coisa que se tem são os sentimentos. Confusos, deslocados, incômodos. Em situações assim, acabo por suprimi-los da mente na esperança que desapareçam. Porém, nada desaparece. Eles sempre voltam. As situações que os provocam sempre voltam ao pensamento. … Continuar lendo Desafogo