Palavras ao vento

Silvia Ribeiro Como é difícil alcançar o coração das pessoas e deixar o nosso corpo por lá. Durante algum tempo eu acreditei que algumas palavras facilitariam as coisas, e tiraria aquelas pedrinhas que ficam pelo caminho. Com um cristalino intuito de ferir os nossos pés e fazer disso uma obra de arte. Me lembrei daquelas cartas que a gente escreve e deixa ali largada no … Continuar lendo Palavras ao vento

O amanhã a gente vê depois 

Silvia Ribeiro Nunca gostei de meio termos, tampouco viver na corda bamba. Preciso de um porto seguro que me enlace, e um ter para onde voltar que receba os meus enlouquecimentos. Situações indefinidas que se partem sem um resguardo, rodas gigante sem saber o paradeiro, becos sem saída falando mal da minha claustrofobia, e canoas furadas me causam aflição. Acho que o meu chip de … Continuar lendo O amanhã a gente vê depois 

O que cabe dentro da sua bolsa?

Silvia Ribeiro Desde muito pequena ouvi dizer sobre a “paixão das mulheres por bolsas”. A minha infância foi dominada pelo sexo forte. Onde reinava mãe, tias, avó, irmã, primas e agregadas. Achava meio exagerado e não entendia muito todo aquele afã envolvendo o objeto, como se tratasse de uma mina de ouro. Agarradas às suas preciosidades carregam o mundo dentro delas. Coisinhas de higiene pessoal, … Continuar lendo O que cabe dentro da sua bolsa?

O amor que você escolheu 

Silvia Ribeiro O tempo passa veloz… Quero-te agora sem ao menos te dar a chance de um depois. Não posso mais acomodar essa fogueira acesa dentro de mim e a impaciência dos meus braços querendo te sentir. Vou esculpir quantas palavras forem necessárias pra explicar esse desejo. A minha pressa é sucinta e não cala essa ardência. Não venha me dizer que não sabe dos … Continuar lendo O amor que você escolheu 

Fé 

Silvia Ribeiro É inegável que diante de certas batalhas o nosso coração fica miudinho e não quer saber de conversa. Perdemos o fôlego e sentimos como se todos os ventos soprassem contra as nossas vontades, com egoísmo e deboche. Temos a impressão que alguém ou alguma coisa andou despenteando as nossas forças, e que ninguém na face da terra nos ouve. Arriscamos a dizer que … Continuar lendo Fé 

Virar a página 

Silvia Ribeiro Outro dia alguém me disse da dificuldade de virar a página. Como é difícil sair da comodidade de sentimentos e da rotina da entrega sem uma intromissão de um olhar de amor. Parece mais fácil se contentar com migalhas e ir jogando os estilhaços pra debaixo do tapete como uma forma de punição. E quando isso acontece, corremos um sério risco de ouvirmos … Continuar lendo Virar a página 

Despedidas 

Silvia Ribeiro Não sou boa de despedidas. Tenho a sensação que elas demoram mais do que deveriam, e sempre me atrapalho com elas. No entanto, não coleciono desimportâncias, sentimentos sem sal, e nem pedaços de ninguém. Acho que andaram me dando essa mania ainda dentro do ventre. Costumo dizer que os meus olhos são falantes demais pra se acomodarem em espaços vazios e em trajetos … Continuar lendo Despedidas 

Elas só querem falar.

Silvia Ribeiro Fico pensando até onde as minhas palavras conseguem chegar. Não raro, elas têm um alvo certo. Em outras oportunidades não passam de histórias contadas, dessas triviais e que existem do lado de dentro de qualquer casa. É como se fossem prisioneiras de alguém, e ao mesmo tempo completamente livres. Algumas arrastam pessoas pra junto de mim, e existem aquelas que se despedem. Por … Continuar lendo Elas só querem falar.

Olho pela janela e não te vejo

Silvia Ribeiro O céu parece menos azul, e as nuvens não desenham mais as fantasias da molecada na rua correndo de um lado pro outro. Sinto o vento martelando as minhas lembranças, e não sei onde foram parar toda aquela gente- que era a minha gente. As cirandas agora se transformaram em silêncio, e foram brutalmente tiradas da inocência para serem entregues ao mundo adulto. … Continuar lendo Olho pela janela e não te vejo