No consultório 

Silvia Ribeiro Eu amo escrever besteiras. Mas não é no sentido pornográfico da coisa, embora goste de dar uma apimentadinha nas palavras. Um saboroso tempero me agrada. Coisas inúteis do cotidiano costumam chamar a minha atenção, e quando isso acontece a solução é o lápis. Preciso de material que me dê a oportunidade de contar histórias. E em vários ambientes eu encontro a inspiração exata … Continuar lendo No consultório 

Palavras e gestos

Silvia Ribeiro Tenho reparado palavras entrando na fila do desdém demasiadamente. Principalmente quando se trata de relações amorosas. Muita gente equivocada se contentando em dizer “eu te amo”, e deixando os gestos pra depois. Tenho medo de sair às ruas e encontrar placas com dizeres amorosos pendurado no pescoço das pessoas, facilitando as teorias e servindo de bengala para uma comodidade afetiva. É óbvio que … Continuar lendo Palavras e gestos

Descomplicar

Silvia Ribeiro Foi então que eu resolvi descomplicar as coisas. Deixar a rotina mais amena, os afazeres menos bruscos, e lutar com veemência pra dar um chega pra lá no meu perfeccionismo. Nos dias atuais a falta de tempo tem sido o maior inimigo das pessoas. As vezes não conseguimos criar uma maneira de viver passo a passo, e sair do piloto automático. Atravessamos o … Continuar lendo Descomplicar

Um caso de amor com o espelho

Silvia Ribeiro Tenho mania de ficar prestando contas dos meus atos, a mim mesma. Coisa de gente excêntrica, eu acho. Numa noite dessas eu estava me ouvindo dizer: querida, nem pense em se apaixonar por esses dias viu? Como se eu fosse dar crédito a essas teorias que dormem comigo e que depois do café da manhã eu nunca mais vejo. Acho que esse quesito … Continuar lendo Um caso de amor com o espelho

Mexeriqueiro

Silvia Ribeiro Venham! Venham! Que gritaria era aquela? Se tratava do ilustre mexeriqueiro de uma pequena vila, por esse mundão de meu Deus. O alvoroço tomou conta daquele lugar como um rastro de pólvora, fazendo com que as pessoas corressem pra ver o que estava acontecendo. As comadres não resistiam e de olhos arregalados apareciam na janela. Um verdadeiro desfile de rolinhos e meias nos … Continuar lendo Mexeriqueiro

Os seus olhos são espelhos d’água

Silvia Ribeiro Tem dias que a gente não quer nada. Que dirá. “Escrever alguma coisa”. Até que… Asas reluzentes parecem coreografar algum código. -Ei! Beija-flor. Que dança mais bonita. Sabe! Hoje eu acordei com a avó atrás do toco, como diziam antigamente. E modernamente dizendo, não tô no clima. Mas estou adorando ver você dançando na minha janela. – Que tal se você cantasse? -Meu … Continuar lendo Os seus olhos são espelhos d’água