Silvia Ribeiro

Viver é bom pra caramba!

Por isso, não consigo me entusiasmar com incertezas de um dia melhor nem com algumas aparições internas que se infiltram no meu dia a dia.

Tipo, esses fantasmas que chegam no meio da noite e falam um monte de baboseiras no meu ouvido, e que depois saem por aí em busca de uma vítima que se curve diante dos seus desabafos. E em função disso quase sempre provocam danos pouco aceitáveis.

O otimismo é um frasco que não pode faltar no nicho do meu banheiro. E quando tudo parece dar errado é nele que eu acredito, e é ele que lambuza o meu corpo e me faz respirar melhor.

Não tenho nenhum tipo de parentesco com o vitimismo e reclamações exacerbadas que vem de alguém ou de algum lugar, e que fazem de tudo pra entrar na minha mente como se fossem verdades absolutas.

A minha vontade de sorrir pra vida é bem maior do que a lentidão de algumas mudanças que não acontecem, de várias exigências me fazendo caretas, e de qualquer autoritarismo explanando projetos mal acabados e sonhos que foram por água abaixo.

Se for preciso desenho à mão os meus desejos pra que o universo, ou sei lá quem for entenda melhor.

É visível que estou em busca de acertos e oportunidades que tenham autonomia pra me envolver. Apesar de me deparar com distraídos erros saculejando na minha consciência, e trazendo à tona todo um arsenal de melhorias que precisam ser colocadas em prática em ritmo de urgência.

Me fortaleço nas emoções que tocam o meu coração, na liberdade que eu sinto dentro de um abraço, nos milagres ilimitados que me oferecem um bom café e nas lembranças que eu levo pra minha casa.

Me realizo num olhos lindos que eu eternizo em palavras como se fosse a última vez.

E quando a saudade aperta eu canto:

Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.