Eduardo de Ávila
O título, longe de querer ser um contraponto ao da Rosângela Maluf no domingo, tem apenas a intenção de oferecer minha resistência aos duros momentos que estamos vivendo. Tanto quanto ela, eu também tenho muitas boas lembranças da infância, desde as ruas e lojas enfeitadas e enfeitiçadas em Araxá (o Bazar Fonseca nunca me apagou da memória) e a ceia com a família para dormir logo a espera do Papai Noel.
Ao acordar era mágico abrir aquele embrulho esperado durante o ano todo, o que me sugeria tentar ter bom comportamento e boas notas – com muita dificuldade – e juntar aos da véspera que eram de papai, mamãe, padrinhos e alguns outros.
Talvez o mais esperado e comemorado tenha sido uma bola de capotão, G18, que com o tempo ia se dilacerando até expor sua câmara de ar (como se fosse uma bexiga – balão), que com um manchão ganhava sobrevida até estourar. Durava poucos meses, mas eram intensos até a espera do próximo natal. Detalhe: nas peladas de rua ou do colégio, eu só jogava quando era dono da bola, tamanha a minha falta de qualidade com os pés.
Lógico que, igual a ela, em dezembro evito shopping, aglomeração e sofro também com os acontecimentos no Brasil e tragédias pelo mundo.
Pois bem, vividos esses tempos, já na adolescência e idade adulta, a fantasia do natal em família passou a ser o “amigo oculto”. Capitaneados pela mamãe, com a presença em pouco tempo do papai, reuníamos em torno deles – depois só dela – todos os filhos, noras e genros, netas e netos, mais à frente os primeiros bisnetos; a “revelação” de cada participante era contagiante.
Com o tempo e as ausências também da mamãe, cunhados e até de um irmão, esse momento foi perdendo a magia até se dissolver. Atualmente, cada um entre nós passa a noite de natal à sua maneira. Nunca mais como foram durante décadas. Nem por isso deixamos de nos encontrar e confraternizar os laços familiares, só que em momentos diferentes.
Cá do meu canto, tem cerca de dez anos que graças a essa vasta e notória barba, me transformo a cada natal em Papai Noel. Já contei em posts anteriores sobre essa transformação e representação. Não serei repetitivo. Apenas reitero a falta que sinto, neste atípico 2020, de levar essa fantasia às crianças, idosos e pessoas especiais, nas creches, asilos e instituições.
Ah! Ainda, nos tempos recentes, também me vestia do bom velhinho para as minhas sobrinhas e sobrinhos-netos e para o meu netinho emprestado. Alguns percebiam, mas outras e outros, como no caso do meu Bentinho, ficavam alucinados. Ele, ano passado, me contou sobre o presente que o Papai Noel entregou em mãos. Pois, nessa temporada, não haverá Papai Noel. Sinto muita falta desse momento.
Porém tento me ajustar à realidade. Se não vivo mais a espera do presente do Papai Noel, se o “amigo oculto” esvaziou, se a pandemia me impede de trocar boas energias com aqueles que precisam, procuro viver a realidade do natal que me é permitida. Confiante em Deus e de que estamos vivendo um momento de aperfeiçoamento espiritual, opto por ler, orar e conversar com pessoas afins sobre o futuro melhor que está pela frente.
A solidariedade e a conexão por novos e tempos mais saudáveis estão na pauta das pessoas. Esse isolamento que a pandemia nos condenou haverá de trazer como resultado a solidariedade entre os povos. De diferentes raças, credos e culturas, o mundo passa por um momento único de aperfeiçoamento. Evidente que vivemos dias mais vibrantes e outros desanimados, mas neste momento natalino, minha opção é por acreditar e confiar em dias melhores.
Jingle Bells and Merry Christmas!
Natal! Época difícil em compreender porque poucos têm tanto e muitos têm tão pouco. De focar somente no q se vê debaixo da árvore, pouco se importando com quem está ao seu redor; tempo em que o consumismo exacerbado faz com que o “Aniversariante” do dia seja literalmente esquecido. Então é Natal! Ho Ho Ho…
Bom Dia!!!
Também estou entre aqueles que gostam do Natal e acreditam no Papai Noel…
Feliz Natal para todos!!!
Eu Acredito!!!