Atração platônica

Silvia Ribeiro Ensaio algumas palavras para expressar a euforia que eu tenho em te dizer algumas coisas. Porém, elas engasgam na minha garganta. Para ser sincera, não tenho efusivas novidades, e o meu sorriso ainda é tímido diante dessa tempestade que se torna cada vez mais forte. Crio cenários esperançosos e me deixo levar por uma conspiração entre a minha covardia em me revelar e … Continuar lendo Atração platônica

A casa de mim mesma

Silvia Ribeiro Um dia desses me veio uma ideia dessas um tanto quanto estapafúrdia. Essas que a gente escreve no guardanapo e deixa bem lá no fundindo da gaveta, só pra garantir que não cheguem em mãos que possam rir de você. Fiquei pensando em quais casas eu gostaria de habitar. Tive a sensação de estar atravessando um caminho tortuoso que poderia me fazer arrepender … Continuar lendo A casa de mim mesma

Por que escrevo?

Silvia Ribeiro Por que escrevo? Escrevo pra falar de sonhos Mas não me esqueço dos pesadelos Escrevo pra espantar as tristezas Embora o lápis tenha visitado as minhas alegrias Escrevo pra contar das partidas E isso pode sangrar o papel Mas também sei dizer das chegadas E essas me trazem risadas Escrevo pra suportar a saudade E no final elas embalam as minhas lembranças Escrevo … Continuar lendo Por que escrevo?

Uma delícia de pessoa

Silvia Ribeiro O mundo lá fora sempre me pareceu perturbador. Gosto das coisinhas que vivem do lado de cá da minha alma. Daqueles afetos macios que aquecem feito cobertor, em meio à friagem de despedidas egoístas. Me agarro naqueles desejos saciados sendo felizes, me fazendo engolir a saudade como uma bebida doce, e esvazio todas as artimanhas do destino quando esse se prepara pra dar … Continuar lendo Uma delícia de pessoa

Já não padeço de saudades

Silvia Ribeiro Já não padeço de saudades. Tenho o desejo cru esbofeteando o meu rosto, esfregando em meu corpo todo o seu fulgor, magnetizando o seu cio, e tornando os meus desvarios dignos de si mesmos. Um alvorecer que me puxa pelo vestido, mordisca os meus lábios, e se afoba em recitar as minhas curvas. E eu não sei o que fazer com toda essa … Continuar lendo Já não padeço de saudades

Uma clausura ficando pra trás.

Silvia Ribeiro Vejo o que tem do lado de fora do portão. Tudo é muito significante. A rua parece ser estreita, e o pó do asfalto faz coceira no meu nariz. Sinto como se esse espaço fosse a casa de muita gente, e me confundo com uma república cheia de cabeças pensantes. Transeuntes e bichinhos ao léu contando suas histórias num teatro vazio, recitam experiências … Continuar lendo Uma clausura ficando pra trás.

Se você não me conhecer por dentro

Silvia Ribeiro Nada do que eu disser irá te tocar se você não me conhecer por dentro. Todas as palavras se tornam vãs, e sem som, diante de tudo que você pode saber de mim, apenas “me sentindo”. Você só irá me desvendar se não tiver medo de vivenciar o meu gosto, de brincar com os meus devaneios, de falar com a minha cintura. E … Continuar lendo Se você não me conhecer por dentro

Todas as paredes ouviram falar de amor

Silvia Ribeiro Ele nunca soube se eu voltaria. Mesmo não acreditando naquela imagem, o seu sorriso me dá boas-vindas me convidando pra entrar. Arrisquei qualquer assunto sem narrativas sedutoras, mas ele estava ocupado demais em encontrar algum atalho que abreviasse aquela sua quentura inquieta. Por alguns segundos que me pareceram perpétuos o silêncio da sua ausência se fez. E na varanda junto com as minhas … Continuar lendo Todas as paredes ouviram falar de amor