Todas as paredes ouviram falar de amor

Ele nunca soube se eu voltaria.

Mesmo não acreditando naquela imagem, o seu sorriso me dá boas-vindas me convidando pra entrar.

Arrisquei qualquer assunto sem narrativas sedutoras, mas ele estava ocupado demais em encontrar algum atalho que abreviasse aquela sua quentura inquieta.

Por alguns segundos que me pareceram perpétuos o silêncio da sua ausência se fez. E na varanda junto com as minhas lembranças deixei que o vento me fizesse companhia.

De repente o seu abraço desabou aquela saudade com entusiasmo, e uma audaciosa libido não perdoou a minha carne. Se tornando viva e úmida fazendo todo o meu corpo gargalhar.

Com uma cumplicidade de desejos, levantou os meus cabelos pra que a sua língua pudesse ler todas as entrelinhas da minha nuca.

Suas mãos descontraídas se deliciavam tocando os meus seios obscenos, e uma taça de vinho embriagou as minhas costas. Se entendendo com o meu vestido que discretamente ia de encontro ao chão.

Me virei resgatando as minhas fantasias em seu peito suado fazendo da sua pele o meu santuário.

E cada vez mais inteira sentia os seus hormônios devorando o meu orgasmo. Lutando pelo nosso prazer feito um menino que acabara de ganhar um brinquedo.

Abandonei um monte de certezas, e deixei que o seu sexo me contasse novas histórias, enrubescendo a minha lingerie cheia de artimanhas, que de forma petulante esbravejava a sua cor rubra.

Tudo em nós ia se desabotoando, atordoando os nossos anseios, nos fazendo atravessar murmúrios sem censuras, trazendo avidez para o contorno dos nossos olhos.

E naquele instante senti um esboço dos meus versos quentes, deflorando os meus pecados e rindo daquelas travessuras que viravam adultas.

E daí por diante todas as paredes ouviram falar de amor.

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