Silvia Ribeiro

Nada do que eu disser irá te tocar se você não me conhecer por dentro.

Todas as palavras se tornam vãs, e sem som, diante de tudo que você pode saber de mim, apenas “me sentindo”.

Você só irá me desvendar se não tiver medo de vivenciar o meu gosto, de brincar com os meus devaneios, de falar com a minha cintura. E de ler os meus arroubos desembrulhando espaços para grandes teorias amorosas.

Se deixar os seus lábios sorrindo no meu decote, se entender a melodia do meu gozo, e tomar as rédeas dos meus desejos galopando entre chegadas e partidas.

Se habitar lugares do meu corpo onde ninguém mais pertenceu, e se tiver a vontade de fazer desse caminho uma bonita rotina, abrindo as portas do seu mundo para que eu possa entrar depois de tantas saudades angustiantes.

Se alcançar a sutileza do meu suor deixando marcas nas suas entranhas, e se aprender a viver as reticências de um futuro tênue que de um jeito incerto nos abraça.

Se gostar do meu olhar insano inebriando a sua alma de uma forma intimista visitando as emoções que se iniciam agora. Com todos os suspiros que fazia tempo que eu não ouvia.

Se alcancar as estações fora de epoca cativas no meu coração, e as minhas peraltices dançando no seu prazer. Com promessas de encontros mais demorados insinuando uma bela obra de arte.

As minhas palavras só farão sentido quando você se encontrar no meu amor.

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