Presentes que me dou: Os Vinhos rosé (9) - Foto: Pixabay

Presentes que me dou: Os Vinhos rosé (9)

Nunca fui muito chegada às bebidas alcoólicas. Na adolescência tomava Cuba Libre ou Hi-Fi bem devagar, pra não ter que repetir a dose diante da turma. Nos finais de ano ou em datas de comemoração importante, uma taça de champagne, ainda que muito distante de qualquer parentesco com a legítima bebida francesa. Nos almoços em casa, nos domingos de verão, um copo, às vezes dois, … Continuar lendo Presentes que me dou: Os Vinhos rosé (9)

A tensão do calendário

Peter Rossi A cada dia que passa, sobrevive, percebo as folhas do calendário mais elásticas. Parecem feitas de goma e, educadas, se assentam umas sobre as outras. Calmas, tranquilas, ocupando todos os espaços que nossos olhos aflitos insistem em pensar existir. Na minha idade, percebo que os calendários de papel, leves, livres e soltos, não existem mais. Eles foram absolutamente úteis. Os pespontos me permitiam … Continuar lendo A tensão do calendário

A treta

Taís Civitarese A treta começou com uma brincadeira no zap. Celinho fez uma piada debochando do cunhado. Este revidou enviando uma figurinha ofensiva. Em seguida, fez -se um silêncio. E ninguém escreveu mais nada. Passados uns dias, quietude no grupo. Nenhum meme ou comentário. Nenhum aviso de golpe novo. Nem fake news mandavam. Uma irmã ligou para a outra muito preocupada. Que grande bobagem esses … Continuar lendo A treta

Genipapo e a esperança de acreditar

Raniere Sabará Genipapo toda manhã caminhava pelo chão de terra batida até o poço do semiárido do sertão. Buscava água para se alimentar. Em pouca água que havia, Genipapo se banhava em meio a seca daquela manhã. Acendia seu primeiro cachimbo do dia. Na presença da fumaça do fumo de rapé, Genipapo coava o café e saia em busca de seu ganha pão. Trabalho árduo. … Continuar lendo Genipapo e a esperança de acreditar

Te odiei logo de cara

Silvia Ribeiro Quando te vi pela primeira vez, confesso que te odiei logo de cara. Até aquele exato momento, eu não havia experimentado nada que fizesse doer tanto e que ao mesmo tempo me deixasse tantas perguntas. Era de uma presunção incisiva que me rasgava mecanicamente sem a menor compaixão, sem direito a uma dose de morfina ou qualquer anestésico que compadecesse da minha dor. … Continuar lendo Te odiei logo de cara

Minha contrarrazão de viver

Eduardo de Ávila É inegável que, considerando especialmente esse momento atual que o pais atravessa e onde a cultura do ódio de um lado não tem limites, nos deixa – as vezes – com receio de manifestar e se posicionar sobre temas polêmicos. Sobretudo das escolhas eleitorais próximas.  Confesso que sou adepto em assumir minhas posições, que são transparentes e sem rodeios, mas ando evitando … Continuar lendo Minha contrarrazão de viver

Presentes que me dou: A Feira Livre (4)

Rosangela Maluf No bairro onde moro, tudo de mais importante e necessário fica a menos de três quarteirões do meu prédio. Sendo assim, com todo o cuidado que a situação exige de nós, faço “de um tudo”, sem o menor receio, sem absolutamente nenhuma neurose e com toda segurança. Não me privo de sair diariamente para resolver uma coisinha ou outra que não pode esperar! … Continuar lendo Presentes que me dou: A Feira Livre (4)

À procura de uma história de amor

Peter Rossi Me vejo em frente à tela do computador, buscando uma inspiração.  – Preciso de uma história de amor, preciso de uma história de amor! As palavras não saem, entretanto. Sigo na minha narrativa de dizer que nada tenho a dizer. Incrível como esses hiatos acontecem, muito mais que a gente imagina. E a sensação é a pior possível, de absoluta inapetência. Fixo minha … Continuar lendo À procura de uma história de amor