Vontade de sair desse mundo (virtual)

Recebi ontem um interessante vídeo, assinado por um médico psiquiatra – de nome Luis Rojas Marcos –, que o Colégio Mackenzie (SP) teria enviado aos pais de seus alunos. Fato é que viralizou, sendo que chegou na minha caixa postal em três diferentes frentes. Vi, depois revi por duas vezes, em seguida enviei para quem imagino que pudesse ser interessante a mensagem.

Tive o cuidado em evitar um ou outro que – pelo meu pensar – não gostaria de receber o alerta do vídeo. Coisa minha, pois tenho tentado evitar toda e qualquer motivação que possa sugerir conflituosa. Entre os quais que evitei, encontram exatamente os mesmos que não perdem qualquer oportunidade de alfinetar quem pensa diferente. No meu caso, desde o meu time do coração até chegar nas minhas opções políticas.

Já fui mais ousado, mas sem saber ser pelo passar dos tempos ou mesmo pela preguiça de debater com quem não tenho vontade, venho – gradativamente – evitado essa gente. E tem me feito muto bem. Já fui intimidado e até ameaçado, ainda que sutilmente, sugerindo que me preservasse e ficasse esperto. Daí, propositalmente, a pessoa sugeriu “cuidado, podem armar alguma – tipo um flagrante forjado – e te deixar numa situação de constrangimento”. Enfim, voltando ao vídeo, que é muito mais interessante que enfrentar psicopatas.

Refere a uma tragédia silenciosa que estamos permitindo entrar em nossas casas e nossas vidas. Sou de uma geração que jogava bola na rua, brincava de pique esconde, bola de gude, até mesmo apagava o contador de energia da vizinhança nesse caso o extremo da molecagem. Castigados por nossos pais, por isso e até mesmo soltar bombinhas no alpendre, que estouravam como se fosse um bombardeio. Essas duas últimas eram as mais graves. Fora isso era tudo muito lúdico. Fugir do guarda do jardim, quando arriscávamos jogar uma pelada num campinho gramado, era tudo pura adrenalina.

Hoje nossos filhos, na minha geração são os netos, estão condenados a uma alienação mental imposta pelas redes sociais através de suas múltiplas ferramentas. Limites não existem, uma vez que entregar o celular ou tablet para a criança deixar de encher o saco na conversa de adultos é mais comodo que mostrar a ela que o seu lugar é brincar. De roda, boneca, carrinho, bola ou o que for. Passar aos filhos que mamãe e papai estão juntos e unidos uma para o outro e – consequentemente – às crianças não tem lugar. Mas comprar o aparelho de última geração e exibir as crias manipulando é um troféu para pais modernos. Modernos? Sei não! Irresponsáveis, a meu juízo.

E quem não viu o vídeo, ainda que não concorde com o conteúdo e tampouco com a pretensão da mensagem, sugiro gastar quase sete preciosos minutos de sua correria. Merece reflexão e postei no meu Facebook, enquanto ainda participo dessa rede, pois já tive um tempo fora e não tá descartado o propósito em sair definitivamente. Detesto patrulhar, ser patrulhado ainda muito mais. Ao final do vídeo, a mensagem é forte e repito aqui: “Seja o coach seus filhos. O maior legado que você pode deixar para o mundo não é o dinheiro ou os bens materiais que você deixara para os seus filhos, mas o tipo de filhos que você deixará para o mundo”.

*imagens: extraídas do próprio vídeo

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