Celebrando Roberto Drummond

Esse título foi também da homenagem que prestamos ao saudoso amigo Roberto, no último domingo, aqui em Belo Horizonte. Durante três a quatro horas, em meio a centenas de amigos – entre jornalistas, escritores, músicos e admiradores daquele mineiro da gema –, festejamos e reverenciamos sua memória. Crônicas de seu legado, músicas de sua preferência, muita prosa – como ele gostava – impregnaram a fria e afetuosa manhã de um final de semana sem sol na capital dos mineiros.

Tinha de ser na Savassi, cenário que durante décadas era emoldurado pela presença dele – Roberto Drummond – a figura mais tradicional e admirado daquela região da cidade. Já usava sapatênis colorido, calças de cor forte e camisas estampadas e por onde passava era reconhecido. Desde as bancas de revista, passando pela agência Status e bares como Aloha, CTI e Casa dos Contos. Essa última, na mesa 3, era só a noite. Boas lembranças! Naquela ocasião e nesse restaurante – sob a batuta da Nely Rosa -, além do Roberto, circulavam numa boa prosa o também escritor Osvaldo França Júnior, Helvécio Guimarães e sua Cleide Gosling, Ricardo Wagner e tanta gente boa que me acolheram nessa Belo Horizonte. Costumo dizer, que minha vinda para BH, acabou me presenteando com tantas presenças marcantes.

Pois bem, nesse dia que celebramos o RD, coincidindo com os 21 anos de sua ausência, reencontramos inúmeros ícones do jornalismo e da cultura mineira. Carlos Felipe, Reinaldo, Carlos Herculano Lopes, Eduardo Costa, Fernando Ângelo, Alberto Rodrigues, Tutti Maravilha, Isabela Teixeira da Costa, Selma Carvalho, Juarez e Celso Moreira. Ainda: Heloísa Aline, Lauro Diniz, Otaviano Lage, Manoel Guimarães, Nely Rosa, Mirian Chrystus, Beth Fleury, Arnaldo Viana, Alessandra Melo, Sérgio Moreira e muito mais.

Entre casos narrados pelos presentes de situações vividas com Roberto, alguns preciosos e inéditos. A imaginação dele, tanto na edição jornalística quanto em situações do dia a dia, divertiu a todos. Isabela Teixeira da Costa relembrou que num evento, ele a apresentou como correspondente de um jornal americano. Eu mesmo, noutra oportunidade, levado por ele numa festa no Automóvel Clube, fui recebido como um poeta Hindu. Ela e eu, ouvindo a tudo e a todos, passamos pela mesma situação. Os interlocutores jamais imaginavam que estávamos entendendo a conversa. No meu caso, eu nem podia rir. Passei apertado.

Como era figura pública, por demais conhecido e reconhecido, condição que ele assumidamente gostava, passou também por devaneios. Não era, como alguns acham, mulherengo e sim apenas gostava de ser conquistador. Curtia encantar as mulheres. Ponto, nada mais! Eu vivenciei dezenas de situações com ele, na Savassi, indo ao Mineirão e nos bares da vida. Contáveis e incontáveis, mas uma que eu estava só próximo até hoje ainda me faz divertir. Ao lado do Breno Milagres, ele sinalizou que tinham duas moçoilas o paquerando. No que o Breno, direto e reto, descartou. “Elas estão te reconhecendo e uma dizendo pra outra, ‘aquele ali é o Roberto Drummond’, não estão te paquerando”. Ele insistia, queria por que queria, que fosse uma paquera. Assim era o nosso amigo.

Pra fechar, tive a honra de fazer parte do sexteto – que não é musical – da organização desse evento em homenagem ao amigo de décadas. Convivi com o Roberto seguramente por cerca de 30 anos. Chope e boas resenhas nos aproximaram. Parei de beber, tomava só água mineral e ele a cevada, mas a prosa não parou. Pois bem, os parceiros dos festejos foram o casal Mirtes e Sílvio Scalioni – meus padrinhos nos rumos que tomei aqui nessa BH -, o já mencionado Breno Milagres, Ivan Drummond e Alexandre Sales. Ano que vem tem mais!

*fotos: 1) Alexandre Sales; 2) Ivan Drummond

3 comentários sobre “Celebrando Roberto Drummond

  1. Só sinto não ter podido estar presente. Ano que vem, não perco essa maravilhosa oportunidade de “reviver” nosso Roberto Drumond.

  2. Eduardo, sua crônica sobre Roberto Drummond é mais um presente: um belo texto que nos viajar no tempo e resgatar ótimas lembranças! Grata.

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