Eduardo de Ávila

Poderia até, diante de provocações que ainda recebo, titular essa prosa como “Já deu Mané, perdeu e não amola!” Entretanto, com todo respeito e admitindo que estou vivendo um dos momentos mais tristes – talvez o maior – dessa existência, ainda tento oportunizar a mim e aos divergentes por um futuro melhor.

Já mencionei em meus posts aqui do Mirante, incontáveis oportunidades que estamos colecionando desse delírio coletivo da minoria. Da mesma forma, outro tanto de situações, que minhas escolhas foram vitoriosas e até mesmo derrotadas, sempre com a democrática opção pela militância de oposição dos vencidos aos vencedores.

Agora, estranhamente, convivemos com esse desatino. Durante os tempos que antecederam a vitória da nossa opção, com frequentes manifestações e taxações de que somos esquerdopatas, comunistas, petistas, lulistas e mais um tanto de imbecilidade. E ainda que fossemos, não me sentiria em condições de atacar e julgar quem insiste em se mostrar fascista, nazista e – consequentemente – boçalnarista. É opção, o voto decide. E decidiu!

Em meio a essa brutalidade, individual e coletiva, continuamos sendo agredidos Direta, indiretamente e até mesmo por recados terceirizados – daqueles cagões como seu mito líder – que não têm coragem do enfrentamento pessoal. Cara a cara! Outro dia recebi um recado, de alguém que sequer sei se concluiu o ensino médio, para que eu me debruçasse sobre os livros. Estudasse e até mencionou minha condição de jornalista.

Pois bem, meus comentários e postagens nas redes sociais e até mesmo aqui neste blog são pessoais e em nada se relacionam aos cursos que fiz – de Jornalismo e também de Direito – devidamente inscrito na Fenaj e OAB. Minha ética pessoal e profissional pode ser avaliada por quem me conhece, não por gente que – tenho boa memória – participou não só dos eventos atuais, mas de – por exemplo – sumiço de veículo como se tivesse sido roubado para receber seguro.

Já se vão décadas, mas a memória privilegiada me contempla. É verdade que os tempos e essa situação, já começam a confundir os pensamentos, mas jamais perder a retidão e princípios morais. Sem estender mais que minha pretensão sugere, algumas pequenas considerações históricas, que aprendi nos bancos escolares, onde me aprofundei um pouco além que decorar datas para as provas mensais, bimensais, semestrais e anuais.

A Lei Áurea, muito mais que assinada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888, tem significativo histórico por extinguir o trabalho escravo no nosso país. Situação que, nesses tempos recentes da nossa resistência, andou ameaçada. Então, mais que a data para a prova, a importância e o seu contexto e conteúdo. Da mesma forma, o dia 21 de abril em homenagem a Tiradentes, comemora o mártir e líder da Inconfidência Mineira, que lutava pela pátria livre e contra o quinto (20%) dos impostos para a coroa portuguesa.

E, ao que estamos assistindo e vem sendo estrelado por patriotários, alguns entre nossos conhecidos é um total desconhecimento dos livros de História – os mesmos que dividimos em salas de aulas – ao seu gosto, conivência e conveniência. Todas essas pessoas detidas, que estão sendo averiguadas e passando por interrogatórios, conspiraram contra a Democracia e invadiram as sedes dos Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – agredindo e causando enorme prejuízo material e moral ao Brasil.

Agora, vitimizando de suas próprias ações, adotam um cínico discurso, invocando o nazismo de Hitler e o fascismo de Mussolini. As cenas do dia 8 de janeiro, combinadas com as imagens da vigília na porta dos QsGs, associadas ao que fizeram pelas ruas a partir de 2013, comprovam quem está do lado errado dessa história.

Quem agride negros, deficientes e homossexuais repetindo gestos e expressões do ex-presidente derrotado nas urnas. Agora optam por reclamar e comparar que os recolhidos pela desordem, aqueles vândalos estariam num campo de concentração. Ora, diferente disso lá têm comida, banho e até fizeram selfie e live.

Ah! Antes de repetir que as buchas de canhão estão no holocausto, pare um pouquinho, vá lá na estante e pegue seu antigo livro sobre o assunto. Em tempo, essas pessoas estão sendo usadas e financiadas por gente que ficou na frente da TV assistindo e torcendo pelo caos. Admito até, pelo benefício da dúvida, que podem até ser vítimas de quem resgatou “Deus, Pátria e Família” do Integralismo que defendeu o fascismo no Brasil quase um século depois.

Todos sabemos qual é o braço financeiro e econômico; armado e religioso dessa sanha que é o verdadeiro BBB. Qual é a família que compra imóveis com dinheiro vivo, mas toma café e sorvete em padarias e lanchonetes, cosméticos e pet shop e até despesas com moticiatas, via de regra nos mesmos estabelecimentos comerciais? Entre os quais, uma rede de loja de um de seus mais fervorosos apoiadores. Enfim…

Fora disso, só me resta dizer que é burrice!

Então, cá entre nós, é melhor olha pra frente. Que nas próximas eleições, conservadores do bem, abandonem essa idiotice de seguir a extrema direita. Seria saudável a todos, especialmente ao Brasil, ter uma opção moderada e pés no chão, diferente de milicianos com seus 01, 02, 03, 04, Queiróz e outros. Sigamos!

Em tempo: sobre a infeliz entrevista, a segunda na mesma semana, do governador de MG tenho recebido inúmeras mensagens. Meu parentesco próximo e declaração de voto justificam essas cobranças. Estou tão, ou até muito mais, estarrecido quanto aqueles que me questionam. Se der conta, estou ainda sob o efeito dessa bobagem/infantilidade, comento o assunto. Com o próprio já o fiz.

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