Uma página em mim. Os meus olhos corriam entre aquelas emoções avidamente, como se entrassem em becos profundos, se perdendo cada vez mais naquela nostalgia.
Tentava encontrar os meus sentimentos dentro daquelas vírgulas, importunando as minhas memórias, no entanto, alguma coisa me deixava intranquila.
Tudo me parecia predestinado e o meu olhar escapulia daquele cenário, causando a impressão que não era eu que havia vivido tudo aquilo.
Alguns personagens eram irreconhecíveis, algumas vozes não tinham eco. Sentados no chão, sonhos sem bravura e imagens distorcidas. Ainda assim, algumas alegrias faziam estripulias debaixo da mesa.
Anjos falavam dos recados que o tempo não me trouxe e transitar entre aqueles dois mundos, “visível e invisível”, me sufocava.
Era um ir e vir de luzes e sombras completamente tangíveis e inteiramente ao alcance das minhas mãos, num universo que intrigava as paredes do meu quarto, me transformando numa mera coadjuvante.
Um dia após dia, pedindo espaço dentro das horas, fazendo uma transição entre o que eu fui, e o que eu sou hoje.
Um ser antigo ou alguém que acabara de nascer?
Era como se, de repente, eu não soubesse mais quem era aquele rosto, e desvendar todas aquelas marcas que a vida havia desenhado era algo sem rumo.
Todas as histórias me pareciam em carne viva e de longe eu podia ver vários mundos ao redor. Porém, eu precisava achar algum lugar na estante para acomodar aquelas emoções, esquecendo aquele passado apático, para que só o presente sobrevivesse.
No entanto, me despedir daquelas lembranças era algo que doía.
Mas, ainda assim, eu não consegui fazer um movimento de partida.
Sensacional!!!
Gratidão! ❤
Perfeito!
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Texto lindo!!
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