Contratempo

Raniere Sabará Se me dessem uma hora de amor nesse planeta Apenas uma hora. Eu me reinventaria. Ressignificaria todos os desencontros E começaria uma nova página em branco de encontros pela vida. Se me dessem uma hora de amor nesse planeta Eu te desenharia no meu corpo para acobertar meus pecados Eu me desmistificaria para lhe conhecer Logo eu, que não sei falar de amor … Continuar lendo Contratempo

Genipapo e a esperança de acreditar

Raniere Sabará Genipapo toda manhã caminhava pelo chão de terra batida até o poço do semiárido do sertão. Buscava água para se alimentar. Em pouca água que havia, Genipapo se banhava em meio a seca daquela manhã. Acendia seu primeiro cachimbo do dia. Na presença da fumaça do fumo de rapé, Genipapo coava o café e saia em busca de seu ganha pão. Trabalho árduo. … Continuar lendo Genipapo e a esperança de acreditar

Ciranda com a sorte

Raniere Sabará Às vezes, a razão tem mais a nos dizer do que o coração. Sim, pode parecer estranho pensar assim. Essas inúmeras razões do coração que as próprias razões desconhecem, nos faz agir de forma eloquente. Inconsequente. A margem da moral. Vivendo na promessa do “se” e do amanhã. Embora, o meu prazer se concentra no frio na barriga e chama em fogo acesso … Continuar lendo Ciranda com a sorte

Mudar ou lapidar?

Raniere Sabará Às vezes, é preciso mudar. Sair de onde o coração já não se aquieta mais. Cada segundo é o presente. A vida cíclica que nós, seres humanos, vivemos, sempre será passível de mudanças. Não há como fugir do intermédio das estações. Penso que, como a imensidão dos oceanos que nascem da terra, nossa vida é perpassada por ciclos de mansidão e crises que … Continuar lendo Mudar ou lapidar?

Meu corpo é político

Raniere Sabará Vivemos em sociedade. Criamos e damos significados as múltiplas formas do bem viver. Formamos pactos sociais diversos para estabelecer o sentido da vida. Espiritual. Carnal. Tempo. Ilusão. Poder. Assalariamento. Pelo último, criamos o significado de casa. Segundo lar. Passamos a maior parte do tempo nesse recinto. Nele, se encontra os dois lados da moeda: a utopia ou o vazio. Capital. Capitalismo. Sinônimo de … Continuar lendo Meu corpo é político

Carta aberta

Raniere Sabará Parteira de meu ventre. Aprendi com a minha grande sábia a beleza de saber ser mulher. O choro sempre foi sinônimo de resistência. Sua fraqueza não podia ser sentida. Era tão quanto sentimental. Foi tão sentimental que em uma perda lastimável, nesta tarde de domingo, senti além do que meus olhos poderiam ver. Minha grande amiga, mãe, embargou em um lugar que durante … Continuar lendo Carta aberta

Poesia em dias difíceis

Raniere Sabará Quando se sentir em um mundo tão distante Capaz de não relembrar a árvore mais bonita que o seu ser se tornou Lembre-se de todas as manhãs, num infinito azul Como este, que te deram algum motivo para viver. Nem antes, nem após. Somente nesse presente tão particular, que você pode chamar de seu. Faça como essa página em branco: Ao ser pintada … Continuar lendo Poesia em dias difíceis

Ser social

Raniere Sabará Vago na imensidão. Me pergunto se só penso ou se, de fato, vivo. Queria ser poeta, mas poeta não consegui ser. Queria ser musicista, mas, a música permaneceu somente nas canções rabiscadas em linhas tortas. Queria militar e acabei me encontrando em silêncio. Queria poder amar incondicional de uma forma tão leve e poder partir como dois animais. Queria caminhar no infinito para … Continuar lendo Ser social

A Frequência relativa dos sentimentos

Raniere Sabará Trocar a pele e sair dos espaços que não te cabem mais, as vezes, necessita de uma atenção muito maior que se possa imaginar. Nosso corpo se consome de infinitos sentimentos. Dentre todos esses sentimentos, aqueles que queremos deixar guardado numa caixinha que não há como se mover, são os que aparecem com maior frequência. Medo. Insegurança. Angustia. Raiva. É difícil falar sobre … Continuar lendo A Frequência relativa dos sentimentos

A despedida de Maria

Raniere Sabará Maria, com seus 23 anos, queria desbravar o mundo. Sentia que precisava fugir de toda a negação que um dia lhe impuseram. Estendendo as roupas no varal, cantava cantigas que ecoavam felicidade. A liberdade parecia tão distante.. Maria queria se emocionar, mas, a fraqueza não podia ser transparecida, pensava ela: “preciso ter forças para que eu consiga sobreviver”. Enxugava as lágrimas e o … Continuar lendo A despedida de Maria