O jogo de War

Essa é uma história muito antiga, mas vale a pena ser contada. Quando criança, e lá se vão longos pares de anos, foi lançado um jogo de tabuleiro. Seu nome: War! O objetivo era justamente alcançar objetivos – conquistar territórios ou continentes e destruir seu melhor amigo, que naquele momento, era seu ferrenho adversário. Sempre tive dúvidas se esse era um objetivo válido a ser … Continuar lendo O jogo de War

Alô, Floripa!

Rosangela Maluf Há três meses ela recebera, pelo Facebook, um pedido de amizade. Doze eram os amigos em comum. Um rosto naturalmente maduro. Um homem ainda bonito. Grisalho. Sorridente na foto. Nada mal, pensou. Aceitou sem mesmo olhar o perfil do novo amigo.  Uma semana se passou. Talvez duas. Numa manhã, ainda na cama, recebe um bom dia, seguido de vários pontos de exclamação. Um … Continuar lendo Alô, Floripa!

A esperança de óculos

Daniela Mata Machado “Eu quero uma casa no campoDo tamanho ideal, pau-a-pique e sapêOnde eu possa plantar meus amigosMeus discos e livros e nada mais…” Elis Regina tem me feito companhia durante esta quarentena interminável que já roubou a vida de 500 mil brasileiros e a esperança de outros tantos milhões. E hoje eu evoco a Pimentinha para falar de amizade. E de amor. Estou … Continuar lendo A esperança de óculos

Casos de vovô

Tais Civitarese Como já contei aqui, adotei um avô. Tomei o avô de meu marido como meu. Ouvir suas histórias nesses dias pandêmicos tem sido um momento de respiro e grande alegria para mim.  Vovô conta que em sua infância, nos anos 40, a valentia era o valor mais nobre entre os meninos. Era bom quem sabia brigar. Vovô não gostava de briga, mas seu … Continuar lendo Casos de vovô

Os Olhos Claros de João

Parte IIIRosangela Maluf – Sinto saudades não. Lembrança boa ou ruim, nenhuma diferença me faz. Minha vida é como um livro de gravuras, umas coloridas, outras em preto e branco, e eu vou passando as páginas. Mas saudade, ter vontade de voltar ao passado, porque foi bom, porque foi gostoso, tenho não. De nada. Vejo fotos, e nem parece que sou eu. Não me vejo … Continuar lendo Os Olhos Claros de João

Os Olhos Claros de João

Parte IIRosangela Maluf Era tão bom conversar com ele.  João tinha um jeito diferente e quando me chamava de Dona Heluisa eu não conseguia conter o riso. A gente conversava sobre tudo e eu aprendia muito com ele. Nunca tocava no nome da mulher nem dos filhos. Também nunca perguntei, nem me interessava saber. Uma única vez me apresentou Romeo, filho mais velho que cuidava … Continuar lendo Os Olhos Claros de João

Os Olhos Claros de João

Rosangela Maluf Nem sei mesmo porque me lembrei do João! Não falei nele, não vi nada que me fizesse recordá-lo. Faz tempo que não sonho com ele. Não remexi minha caixa de cartas e muito menos revi suas fotos, escondidas e bem guardadas, já bastante amareladas pelo tempo.– Estou sozinha em casa, dou uma espiada nos jornais. Tento ler um pouco antes de dormir. Preparo … Continuar lendo Os Olhos Claros de João

O vizinho do 605

Rosangela Maluf Continuação – Do corredor avistei os dois quartos. Um deles imagino, seria o quarto da mãe-velhinha-de-noventa-anos. Do lado da cama estilo marquesa, uma caminha pobrezinha, provavelmente para a enfermeira da noite. Lustre, flores na janela, cortinas brancas de cetim, do teto até o chão; dois tapetes, um ao lado de cada cama, sobre a cômoda, também marquesa, caixinhas de remédios das mais variadas … Continuar lendo O vizinho do 605

Carinhos na pandemia

Taís Civitarese Hoje, transgredi. Abracei mamãe. Foi muito rápido, furtivo e escondido. Foi na hora da despedida. Mamãe me olhou com um semblante triste, após algumas horas de conversa na portaria de sua casa. Relembrávamos vovó.  Comentávamos que já fazia quatro meses que ela partira.  Falávamos de saudade, mas também de alegrias. Das boas lembranças que ela deixou e de como ela já demonstrava estar … Continuar lendo Carinhos na pandemia