Uma caixinha

Silvia Ribeiro Ele chegou, abraçou o meu corpo e eu me  larguei naquele abraço. E naquela urgência que refletia em meus olhos, sem nenhum abreviamento que pudesse conter os meus instintos, as nossas carícias iam se desenhando uma a uma, entre suores garoando em nossa alma e palavras de amor. Os meus desejos eram nus e cabiam naquela imagem que deslizava na minha essência de … Continuar lendo Uma caixinha

Pra que a esperança sobreviva

Daniela Mata Machado “Você não derrota um inimigo tirando sua coragem. Você o derrota tirando sua esperança.” Eu encontrei a frase acima atribuída a Adolf Hitler, mas como já achei coisas estranhíssimas atribuídas a Clarice Lispector ou a Fernando Pessoa, não posso garantir que o ditador alemão tenha mesmo dito algo assim. Ouso dizer que provavelmente não disse. Mas isso não importa porque, ainda que … Continuar lendo Pra que a esperança sobreviva

Sem imagem, por falta de maquiagem

Peter Rossi Minha sugestão era uma conversa pela internet, pelo vídeo, afinal de contas estávamos conversando há algum tempo e nunca tínhamos nos visto. Marquei para a noite daquela segunda-feira. Cheguei em casa, fui direto pra academia e logo após o banho, acabei deitando na cama e adormeci. Resultado: não conversamos e por culpa minha. Uma mensagem chegou ao meu celular, na manhã seguinte. Dizia … Continuar lendo Sem imagem, por falta de maquiagem

31 de Outubro

Raniere Sabará “[…] O amor cuida com carinho Respira o outro, cria o elo No vinculo de todas as cores Dizem que o amor é amarelo” 31 de outubro. Era 17:00 e o tempo se fecha. Nuvens cinzentas tomam conta do despejo da cidade. Coração dilata. Palpita. Acelera em disritmia. Pensei que aquele tempo fosse previsão. Era como caminhar na mata escura, percorrendo a caminho … Continuar lendo 31 de Outubro

O livro de receitas

Peter Rossi Dona Sinhá é mulher brava, daquelas que não leva desaforo pra casa, mas jamais aumentava o tom de voz. Enérgica e doce, a vida lhe tralhou assim. Acostumada a noites de frio intenso, preocupava-se com cada pedaço da coberta. Adorava ver as estrelas, conversar com elas, trocar um dedo de prosa, como se diz. Fico a imaginar Dona Sinhá repisando o dia com … Continuar lendo O livro de receitas

Seriedade

Taís Civitarese “Não se pode ser sério aos dezessete anos”. Esta frase é de Arthur Rimbaud, poeta francês por quem me apaixonei aos… dezessete anos. A paixão por ele foi fruto de outra paixonite da qual fui acometida na época, denominada Leomania, a verdadeira “pandemia” de fama do ator Leonardo Di Caprio. No fundo do meu armário, eu tinha um pôster enorme colado no qual … Continuar lendo Seriedade