PARTIDAS E RECOMEÇOS

Raniere Sabará Inevitavelmente sabendo a lidar com partidas e partilhas, finais de ano nunca foram um bom pretexto para mim. Natal vira sinônimo de reclusão. Introspecção. Cansaço. Distopia. Já a ultima semana do ano se torna momento de padecer. Me padeço a pensar na dramaturgia dos ciclos que se envolta. Envergam. Reconecta com aquilo de mais profundo desde minha infância: Partidas e recomeços. Escrevo, rabisco … Continuar lendo PARTIDAS E RECOMEÇOS

Energia de cura

Daniela Mata Machado “O Reiki é flexível como bambu.” Quem diz é o meu mestre Bern Hard Roessman, responsável por me iniciar nos três graus do Reiki e também no mestrado. Mas quando recebi essa energia pela primeira vez, tudo o que eu tinha era uma rigidez atávica. E talvez aquele tenha sido o meu primeiro contato com alguma flexibilidade. Era um momento traumático que, … Continuar lendo Energia de cura

A rua do descanso

Peter Rossi Minha cidade, uma antiga cidade, vive empoleirada nas montanhas de Minas, deitada, espreguiçando sobre as pedras cuja altura nos permite ver ao longe. Vista de cima, mais parece uma colcha de casas, estendida em desalinho. Em volta, montanhas verdes, montanhas de pedra, montanhas rasgadas em suas entranhas, com o minério de ferro jorrando a não estancar. Nova Lima e suas ruas calçadas, ruas … Continuar lendo A rua do descanso

A casa

Peter Rossi Num novo momento da vida, me deparei a pensar que precisava ter uma casa diferente, certamente aquela que nunca tive. Queria quintal! Na minha infância sempre corri pelos quintais, atrás dos sonhos, dos cachorros, dos grilos, dos pingos de chuva, da minha meninice, minhas pernas finas e desconexas. Corri atrás de mim! Acho que a casa deveria ter varanda ou, no mínimo, um … Continuar lendo A casa

A bela e a fera

Daniela Mata Machado “Enquanto todo mundo espera a cura do mal E a loucura finge que isso tudo é normal Eu finjo ter paciência…” A verdade é que eu pensava que ia durar menos tempo. Pensava que a dor seria mais suportável. Pensava que eu já tivesse aprendido muitas coisas e que elas me seriam úteis. Pensava que já tivesse alguma sabedoria. Eu realmente pensava … Continuar lendo A bela e a fera

Dentro daquela gravata

Silvia Ribeiro Ela estava ali sentada, perdida em seus imensuráveis pensamentos sem prestar atenção no que havia à sua volta, e quem havia à sua volta. Até que um gesto simples a tirou daquele estado de entorpecimento e ela deixou de vaguear por entre os seus sonhos, fazendo com que o seu coração se deleitasse em um afável toque de realidade. Se esbarrou num gesto … Continuar lendo Dentro daquela gravata

Ato ingrato

Sandra Belchiolina sandra@arteyvida.com.br A escrita se nega quando há mais para dizer A escrita me nega quando a imensidão surge E no emaranhado de letras Diz não   Sem texto Sem palavra Sem letra Ato ingrato!  O papel branco… A letra A obra O contexto Nada! E o branco Fala! Por não falar Aceitar Resignar Esperar Acreditar Verbos que ajudam Verbos que acalentam Verbos que sonham … Continuar lendo Ato ingrato

Uma caixinha

Silvia Ribeiro Ele chegou, abraçou o meu corpo e eu me  larguei naquele abraço. E naquela urgência que refletia em meus olhos, sem nenhum abreviamento que pudesse conter os meus instintos, as nossas carícias iam se desenhando uma a uma, entre suores garoando em nossa alma e palavras de amor. Os meus desejos eram nus e cabiam naquela imagem que deslizava na minha essência de … Continuar lendo Uma caixinha

Pra que a esperança sobreviva

Daniela Mata Machado “Você não derrota um inimigo tirando sua coragem. Você o derrota tirando sua esperança.” Eu encontrei a frase acima atribuída a Adolf Hitler, mas como já achei coisas estranhíssimas atribuídas a Clarice Lispector ou a Fernando Pessoa, não posso garantir que o ditador alemão tenha mesmo dito algo assim. Ouso dizer que provavelmente não disse. Mas isso não importa porque, ainda que … Continuar lendo Pra que a esperança sobreviva