Até onde vai a loucura?

Foi quando eu fatiava uma pizza em seis pedaços que, por ironia das circunstâncias, tivemos a ideia: vamos assistir ao documentário da Elize Matsunaga, na Netflix? Era sábado à noite, e eu e a Dani não tínhamos programa melhor. Mergulhamos na história da mulher que matou o marido com um tiro e depois o despachou em malas. Mas como fazê-lo caber em malas seria fisicamente … Continuar lendo Até onde vai a loucura?

Quem escolhe vacina, escolhe o final da fila

Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com Imagine você ao fazer compras no supermercado se depara com uma gôndola de vacinas. Um funcionário, que está recompondo o estoque, chama a freguesia: “vamos chegando, estão fresquinhas”. Algumas pessoas aparecem para conferir. Olham uma ampola aqui, outra ali. E torcem os narizes quando encontram o selo de procedência: Instituo Butantan. “Calma que tem para todos os gostos”, diz um vendedor no alto … Continuar lendo Quem escolhe vacina, escolhe o final da fila

Genocida

Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com O povo de Pindorama deu um basta no presidente. Já é hora de ir!, o grito ecoou das ruas. Por isso, o pior governante da história daquele povo sofrido — e também muito arrependido — ficou conhecido como Jair. Era mesmo um péssimo presidente esse Jair. Destrambelhado, só abria a boca para falar asneira e abria a boca sempre. Embora sentisse um prazer … Continuar lendo Genocida

Genocídio

Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com Ditadores também têm família. Saddam Hussein tinha a sua, e delegou ao primo Ali Hassan al-Majid a missão de expulsar os membros da etnia curda de regiões no norte do Iraque, na década de 1980. Ao cumprir as ordens do parente, usou veneno de rato e gases tão tóxicos que poderiam reduzir os seus pulmões a dois grãos de feijão. Pelo massacre de 150 … Continuar lendo Genocídio

Sem destino

Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com Em “Sem Destino” (1969), filme clássico da contracultura americana, dirigido por Dennis Hopper, o advogado bêbado George, interpretado por Jack Nicholson, pede carona a dois motoqueiros hippies. Ao que um deles, o menos sequelado, não vacila: o doutor tem capacete? O que se vê em seguida é uma das cenas mais memoráveis do cinema. George, com um capacete de futebol americano enfiado na … Continuar lendo Sem destino

Covid em 3 atos

Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com Primeiro ato. O rapaz atrás do balcão pesa o saco de pão, e o cliente vai embora. Outro saco de pão e, depois, mais outro. Até que todos os clientes vão embora — exceto eu, que resisto indeciso em frente à vitrine de pães: rosquinhas açucaradas, brioches salpicados por fios de ovos ou croissant de queijo com goiabada? Nada disso. Quero mesmo é … Continuar lendo Covid em 3 atos

Suco detox

  Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com Crônicas em vez de notícias de jornal. Boas histórias no lugar de opiniões de redes sociais. Filmes, músicas, passarinhos lá fora, qualquer coisa que te faça regozijar — mas não sem perder a capacidade de indignar. Adicione um pouco mais de fé na humanidade e está pronto: o suco detox contra o Bolsonaro. Aprecie sem moderação.  No primeiro dia bate aquela abstinência. … Continuar lendo Suco detox

Rei

Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com Vovó é fã de Stephen King. Dois anos atrás, andávamos pelas livrarias do Fliaraxá — Festival Literário da cidade — quando ela me apareceu com “O cemitério” (1983) debaixo do braço. Acabava de tomar uma facada dessas de filmes de terror a vovó: R$ 70 reais. Disse a ela que não precisava ter desembolsando a fortuna, que eu emprestaria o meu velho exemplar … Continuar lendo Rei

Prédios

Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com Onde moramos há três, quatro ou dez prédios subindo ao mesmo tempo. São filhotes de gigantes de pedra, que acordam cedo e tocam músicas estranhas, feitas por britadeiras, furadeiras e martelos. Prefiro as guitarras dos Rolling Stones pela manhã. Que importa? Não se fazem prédios com pedras rolantes. Enquanto perdem a cadência na batida de martelos em descompasso, os prédios lançam uma poeira vermelha … Continuar lendo Prédios

Brasil na corrida das vacinas

Guilherme Scarpelliniscarpellini.gui@gmail.com Li que jovens americanos recebem vacinas nas esquinas e, em recompensa, escolhem levar para casa um baseado, uma cerveja, um “donuts” ou até cem dólares. Do lado de cá dos trópicos, o jovem que vos escreve fumará um baseado bolado em uma nota de cem reais, comendo um “donuts” molhado na cerveja, se for vacinado até dezembro. Como recompensa, vem recebendo um soco … Continuar lendo Brasil na corrida das vacinas