“Uma no cravo e outra na ferradura”

Eduardo de Ávila

Esse provérbio, muito usado nos tempos onde ainda existia empatia sincera entre as pessoas, sugere interpretações diferentes ao pé da letra que relaciona o trabalho de um ferreiro. O cravo fixa a ferradura ao casco do animal de tração. Protege e causa dor. E é essa dualidade a origem da expressão, que sugere contradição e oposição entre o bom e o mal, sucesso e fracasso. Uso isso para comentar sobre posts – despretensiosos, nem tanto – que fiz nos últimos dias nas redes sociais. O primeiro com ares de maior inocência, já os demais, sim, provocativos. Não com sentido ou intenção de polemizar, mas de sugerir uma reflexão.

Todos, como tantos outros, sugestionados por postagens lidas ou recebidas nessas ferramentas que tanto poderiam servir ao bem, mas são aguçadas aos piores interesses de dominação. Brinquei sobre a memória que um dia foi prodigiosa e com o tempo vai se perdendo ou deixa de ter tanto valor. Foi super legal, o feedback (resposta e reação) inesperado foi contagiante. Melhor que isso, me mostrou que não estou com a amnésia que me incomodava. Se não estou, sugere que as/os amigas/os que se manifestaram, igualmente precisam reagir a esse trauma.

Entre várias trocas de informações naquele dia e nos seguintes, fui reavivando registros que estavam armazenados. Como disse naquela postagem, aconteceu que alguns números de telefone, endereços e placas de carro voltaram seus registros guardados no chip ou HD (nada disso, na reconhecida boa memória). E acabou rendendo boas prosas. Com amigos da infância, adolescência e de bancos acadêmicos, entre tanta gente que convivi nessa longa história de vida. Memória de elefante, cabeça prodigiosa ou brilhante (que lustra e não ustra), entre outras menos mencionadas. Interessantes as manifestações sobre esses registros e as falhas das nossas memórias. Teve gente que resgatou o inimaginável. Comprova que é só exercitar.

Em outra postagem, relacionada ao momento triste que estamos convivendo no Brasil e no mundo, o pano de fundo é a guerra pelo poder econômico. Assim como lá no conflito do Irã, atacado pelos Estados Unidos e Israel, aqui também seguimos sendo atacados pelo interesse dos grandes em relação às massas. Um amigo, que vou preservar o nome, disse algo interessantíssimo. Os milionários, que vivem ameaçando deixar o país – até propagam números sem confirmação –, recebem benefícios e até muitos deles são sonegadores. Mas, o interessante, dito pelo companheiro de lutas por democracia e justiça social, é que esses golpistas – na verdade – não são devedores do que se recusam a pagar e sim caloteiros.

Um contador, conhecido dele, fez uma analogia com uma passagem bíblica. Aquela conhecida de que é mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha que um rico entrar no reino (seria do céu, mas aqui) … do imposto de renda. E, seguiu o parceiro, na verdade, esses caras nunca pagaram impostos. São tão e somente fiel depositário, quem paga imposto somos nós os consumidores, uma vez que no preço final estão embutidas todas essas alíquotas. E vou um pouco além, ali no tio San, território idolatrado por essa gente e que tem mito que bate continência para sua bandeira, os impostos sobre grande fortuna e até de bens inventariados são extraordinários. Isso essa gente não vê! Mas festejar derrota de tentativa de ajuste fiscal, com justiça social, está na ordem do dia de quem torce pelo pior. Triste realidade que leva famílias ao desespero, refiro a jogatina autorizada por essas BETs.

O efeito bumerangue é inevitável, a conta vai chegar e os cidadãos que se dizem do bem serão os mais penalizados. Isso a história bem estudada sempre mostrou e comprovou. Mas, afinal, o que é história na grade escolar desses pobres de direita. Matéria que estudaram na base da decoreba e que nenhum valor tem nas suas vidas. Falsos religiosos (fake cristãos) que se valem do nome de Deus e seu filho Jesus, para colocar pessoas na mesma cruz que fingem sentimento. Hipócritas! A maioria deles, pobres de classe rica. Já os que tem poder econômico, são os pobres, tristes e sem alegria nas suas vidas, uma vez que a única coisa que têm é dinheiro. Nada mais!

Seguirei minha vida e meus propósitos com a ferradura, sem o cravo!

*imagens extraídas das redes sociais

3 comentários sobre ““Uma no cravo e outra na ferradura”

  1. Bom Dia! Eduardo você tem “Notícias nos olhos, na mente brilhante e no coração!” Prossiga escrevendo, você incentiva a leitura e a caminhada de muitos e muitas aqui nesta dimensão! Gratidão pelo texto! Abraços Patrícia Lechtman.

    1. Eduardo, siga adiante fazendo as suas denúncias e resistindo sempre, porque você nos dá força para também resistir! Paciência e resiliência! Estamos com você!
      Maralice Neves

  2. Na primeira arte q abre vosso exemplar texto caro Amigo temporão tem lá: “o que uma parte do meu cérebro anda fazendo hoje em dia?” Buda ensina:”Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.” Eiitaa… que tá difícil construir um mundo bão, pois ele tbm não sabe se ainda possui um cérebro.
    Por tudo que anda acontecendo é melhor seguir vosso pensar: “Seguirei minha vida e meus propósitos com a ferradura, sem o cravo!” É o melhor a se fazer…
    Sigamos!

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