Eduardo de Ávila
Vivemos tempos tristes, embalados pela onda de um reacionarismo – nada tem relação com conservadorismo –, que conta com o apoio das maiores vítimas dessa tragédia. Em todos os campos, com interesses evidentes e indiscutíveis do capitalismo selvagem. Os bobos da corte, jacus mesmo, estão na classe média –, que se sente forte e poderosa apoiando seu próprio genocídio. Ah! Dizem alguns, eu ouço isso de perto, serem generosos quando doam um objeto ou bem descartável para alguém em estado de miserabilidade.
Se apegam a crenças que lhes convém, como no caso de seguir falsos pastores – usando a palavra de Deus e de seu filho – para defender interesses nojentos tirando proveito e dinheiro de inocentes. São malafélicos, macedofóbicos, valândalos (expressões inexistentes, mas definem melhor que o exagerado estrangeirismo), tanto utilizado no nosso dia a dia. Cagam regra, influenciados por uma rede de Fake News que conhecem, mas que lhes é útil na defesa intransigente daquilo que desconhecem.
Vivemos essa tragédia, já por uma década, cuja origem veio de um menino maluquinho derrotado nas urnas e – mimadinho – que não conseguiu digerir. Despreparado emocionalmente, atirou a nós todos nesse buraco sem fim. Ah! É sim! Foi aí que tudo começou, evidentemente que ganhou força no Brasil, por uma onda de retrocesso global. Mas o sujeito foi determinante a esse estado de coisas. Anda sumido, mas eventualmente, pela necessidade de ser percebido, tira proveito de algum deslize entre seus iguais para mostrar seu cheirinho condenável e indesejado.
Sobre essa situação, passamos a experimentar em outros temas o mesmo tipo de reação. Tenho vários exemplos que presenciei, mas vou relatar dois que – ao meu sentir – definem bem essa agonia contemporânea. Uma pessoa, querida e respeitada por mim durante décadas, mesmo sendo extremamente conservadora. Teve a desfaçatez de me enviar uma Fake News, com a intenção explícita de provocar. Fui até ela, ponderei, até provar que aquilo era mentira e não deveria repassar aquele tipo de desinformação. A resposta foi brochante. “Eu queria tanto que fosse verdade”.
Pois bem, quem me conhece sabe o quanto sou Atleticano, daqueles que não perde um único jogo do time do meu coração. Já xinguei e me revoltei, jurando que nunca mais ia a campo, porém na partida seguinte lá estava eu nas cadeiras. Faz tempos, talvez pela longevidade que me atingiu, deixei esse viés raivoso. Sou Galo em toda e qualquer situação. Ganhando, perdendo e empatando. Na comemoração de títulos ou numa derrota dolorida. E, nessa condição, convidado pelo UAI faço o blog Canto do Galo tem já oito anos.
Nesse período, aliado a mais de meio século de Atleticanidade, já vivenciei todo tipo de experiência. Agora, vivendo um momento extremamente especial e bem em todas as competições, estou curtindo a possibilidade de mais festas e títulos. Até nesse campo, de torcedor de time de futebol, aparecem azedumes. Técnico novo, vitórias em sequência, sem perder ainda alguma partida, empatamos no sábado. Bom resultado, mas os algozes não se conformam. Pau e cacete no goleiro e nos ídolos. Sobrou até para o treinador, que tem mostrado ser promissor e se identificou com a nossa camisa e história. Daí, assim como fiz com a minha amiga, ponderei com um crítico sobre o trabalho do argentino que está dirigindo o Galo. Sem como seguir me contraditando, apelou, “mas logo ele vai sair daqui e dirigir um time da Europa”.
MeoDeus! Me belisca ou apressa o retorno para a espiritualidade. Seja minha e nossa da resistência, ou desses que se autoproclamam “do bem”. Tá phoda!