Quando a ficção invade nossas vidas

Eduardo de Ávila

Na última semana experimentei a sensação terrível em sentir e perceber que um filme de ficção, aliado a fatos do nosso Brasil boçalnarista, andam de mãos dadas e promovem uma depressão coletiva. Tanto naqueles que resistem, onde me situo, quanto, e até acho que mais ainda, entre as pessoas que – freneticamente – apoiam esse estrume que ocupa a pR. É triste, ver e perceber que gente que parecia normal, tenha se aliado ao modus operandi dessa troupe liderada pelo eventual chefe do Estado e Governo Brasileiro.

Antes de entrar no tema, que mistura o filme “Medida Provisória” e o “Indulto”, concedido pelo ainda ocupante do cargo de pR ao deputado Daniel Silveira, quero registrar meu pensar sobre essa gente que apoia o Bozo. Muitos, entre os quais, sempre tive e prezei por boa relação de amizade e convivência. São, tento sem sucesso encontrar alguma exceção, exatamente iguais ao seu líder.

Dissimularam durante décadas serem solidárias e até religiosas, mas – assim como o chefe dessa tribo – não passam de preconceituosas e desprovidas de empatia e solidariedade com nossos irmãos menos favorecidos. Semeiam o ódio e a intolerância racial, religiosa e até étnica e de nacionalidade. As vítimas são os afrodescendentes, mulheres, comunidade LGBT e a pobreza de maneira geral.

A similaridade do que estamos vivendo no Brasil, desde a ascensão desse ignóbil ao cargo de presidente, comprovada com o indulto ao seu aliado e o filme de Lázaro Ramos, é algo que sugere o consumo de anti depressivo para conseguir concluir a travessia que as eleições de outubro deve colocar fim. Ainda assim, com todo respeito a companheirada, se a militância do partido do principal candidato das oposições entender que é preciso redefinir o curso da campanha. A soberba não combina com a necessidade de união e juízo. Meu time do coração está aí para comprovar o que estou afirmando.

Medida Provisória, uma ficção que é idêntica à realidade nacional, impõe aos afrodescendentes o retorno ao país de sua ancestralidade. Inicialmente como voluntários até se transformar em perseguição oficial e assumida pelo governo. Ao mesmo tempo que essa procuração entra nas salas de cinema, o Brasil assiste anestesiado o pR conceder indulto a aliado político condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques aos membros do mesmo Supremo. Está claro para todo o mundo o que quer o pR. Seu aliado está sendo utilizado para o projeto insano de um estado totalitário e opressor. Bozo nunca escondeu seu desejo de instalar uma ditadura e mandar seus opositores para longe.

Ainda hoje, em pré-lançamento, vou ver o filme “Pureza” que entra em cartaz ao público na próxima quinta-feira. É uma história real de uma mãe que vai em busca do seu filho, aliciado e recrutado para serviço rural que se transforma em trabalho escravo. É essa a proposta que vem sendo – ardilosamente – construída pelos atuais governistas. É esse o risco que correm, brasileiras e brasileiros, que insistem em não dialogar e avaliar os fatos, permitindo o avanço cada vez mais próximo dessa perversidade oficial.

Esses temas recorrentes e as experiências do passado, comprovam o caminho do retrocesso que essa gente vem se prestando ao projeto do eventual pR. Resistência sempre!

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Um comentário sobre “Quando a ficção invade nossas vidas

  1. Amor pelo Atlético e amor pelo Brasil e pelos brasileiros e brasileiras é o que vc demonstra sempre, com dedicação e coragem, amigo Eduardo. Parabéns por sua posição.

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