Depois desse ano e meio, entre isolamento e liberdade condicional e ainda aguardando a vacinação em massa, finalmente tirei alguns dias e fui lá na minha Araxá rever parentes e amigos. Foi um tiro curto, indo na quarta e já retornando na sexta-feira, mas suficiente para relaxar e dividir boas prosas.
Em que pese a mal cuidada e muito movimentada estrada – dois terços em pista simples –, que tem três pedágios a serem pagos em cada trajeto, admito que antes ainda era muito pior. Só acho que essa arrecadação deveria ser utilizada para manutenção, conservação e duplicação do trecho remanescente. A viagem seria mais agradável, ao invés do que estamos vivenciando nesses tempos atuais.
Enfim, lá e sem a tensão do dia a dia rotineiro e das pistas irregulares da BR 262, passei todo o tempo dedicado em rever pessoas que me são muito queridas. Relembrar papai e mamãe, aliado à nossa infância, dominou o tema das conversas com minhas queridas e agradáveis irmãs. As três que moram em Araxá e que, carinhosamente, chamo de irmãs Cajazeiras: Maria Teresa, Margarida e Maria Antonieta. Rever sobrinhos e agora já um monte de sobrinhos/neto, também é agradável. Assusta o tamanho dessas crianças, que já entram na fase da pré-adolescência.
A visita aos parentes e amigos falecidos, que faço sistematicamente no cemitério local, faz parte da minha agenda. Depois desse longo período de ausência, em função da pandemia, essa população de pessoas queridas aumentou na moradia eterna. Como diria meu saudoso tio Domingos, “já tô tendo mais conhecidos lá do lado de dentro do cemitério que nas ruas da cidade”.
Outro momento delicioso que pude viver foi reencontrar amigos da infância e adolescência. Como habitualmente acontece, a casa do Durvalzinho – situada na principal praça da cidade – recebe a todos diariamente para uma boa prosa. Desta vez, em tempos de férias e abertura pós-isolamento e vacinação, apesar de poucos presentes a comemoração e o barulho foram intensos.
Relembrar até namoradas que uns tomaram dos outros, casos que parecem ter acontecido só com a gente. Equilibrando – na medida do possível – futebol e política dominaram a mesa repleta de vinho, cerveja, água (a minha bebida) e uma apetitosa canjiquinha com linguiça de porco. Nem o frio intenso segura o embalo quando isso acontece. E ainda tivemos tempo de ligar, por vídeo, a quem não estava presente. Só pra matar de inveja.
Voltei de lá, apesar do prazo curto, reinventado para a temporada e maratona que tenho pela frente ainda neste 2021. No embalo das prosas, mesmo que curtas e rápidas, retorno com a certeza que esse recordar é fundamental para sonhar com os tempos futuros que a aposentadoria ainda há de proporcionar. Na foto do alto da página, pela ordem: Dominguinho, Lazinho, Haroldo, Edgarzinho, Reginaldo, eu próprio, Canarinho, Willian e Durvalzinho. E ainda faltaram muitos inhos.
Entre os que lá estavam a maioria tem o privilégio de morar numa cidade que ainda mantém a gostosa rotina do interior. Sem atropelos do trânsito, fumaça de ônibus e acenos entre pessoas que se cruzam e se conhecem pelo nome. E, assim como foi com minhas irmãs e meus amigos, muita história ainda pra contar e recontar. Logo, mais bem loguinho mesmo, quero estar de volta e – se possível – com mais tempo que dessa última semana.
*fotos: arquivo pessoal
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Obrigado amigo Eduardo D'Ávila, vc foi muito gentil em editar um belo texto recheado de carinho e elogios a nossa Araxá, a sua amada família a nós seus amigos, fiquei honrado de fazer parte!
Valeu!
Que venham outros encontros...
Que venham muitos outros. São momentos intensos que trazem à memória tempos inesquecíveis.
Juro, mas juro mesmo, que não sabia que você estava quase namorando aquela moça. RSSS
Rindo daqui. Pois, sem a intenção de te confortar, logo depois ela me trocou por outro. Também do nosso entorno na ocasião.
Kkkkkkkkhaaaakkk
Queria ser um mosquitinho para escutar essas conversas… kkkk
RSSS
Muitas confidências e nada de inconfidências. Afinal o tempo já não sugere sonhos, tão e somente curtir boas lembranças.