Rave e a turma “nem aí” - Pixabay

Rave e a turma “nem aí”

Rave e a turma “nem aí” - Pixabay
Rave e a turma “nem aí” – Pixabay
Sandra Belchiolina
sandra@arteyvida.com.br

Durante minhas caminhadas percebo marcas de ocupação dos espaços tanto por vegetais como animais, e também, pelo animal humano. Numa dessas trilhas, vejo as marcas das raves. Vamos falar delas – das origens e do atual momento – na pandemia.

O termo rave foi utilizado nos anos 60 pelos caribenhos locados em Londres. Referiam-se a ele para nomear “festa local”.  O significado da palavra em inglês é: delírio. 

Surgiu nos anos 80 em Chicago e repercutiu em Londres o movimento acid house – música eletrônica, sub-vertente da house. Daí as acid house party, posteriormente conhecidas como rave. Utilizam de músicas como: House, Electrom, Techno, Minimal, Psy Trance, Drum ‘n’ Bass. Assim, existe outra vertente que considera R.A.V.E como um acrônimo para rock and voice eletronic. Se caracteriza como sendo festas de longa duração em locais distantes de centros urbanos ou em galpões.¹

Na pandemia, com os bares e boates fechados em várias cidades do mundo, elas são reeditadas com a possibilidade de encontros clandestinos. Com o título “Não estou nem aí, diz jovem que vai a festas ilegais em meio à pandemia”² o jornal The New York Times (publicado pela folha no dia 23/08/20) apontou a movimentação dos festeiros em Barcelona, Berlim, Paris e Londres.

Ponderam que, com o afrouxamento das medidas de lockdown, esses eventos ganham força mesmo sendo proibidos. Reúnem centenas ou milhares de pessoas pelas redes sociais, em alguns casos pedem para não compartilhar as informações da festa como localização e data.

Não há nada de novo nessas festas, a não ser outro risco que é o da contaminação e disseminação do COVID -19. Algumas propostas informam sobre o uso de máscara, álcool em gel para higienização e distanciamento. O que fica só na ilusão de quem programa e participa. Isso não ocorre, como é de se esperar,  em encontros marcados por danças e drogas – lícitas ou não. 

Juntar álcool e drogas ao coquetel pode exacerbar riscos, segundo Tom Wingfield, professor da Escola Liverpool de Medicina Tropical. A Europa está preocupada com a segunda onda do coronavírus, pois a turma do “nem aí” não pensa neles nem nos outros. O pensamento do adolescente é esse: “nada de mal me acontece”, é saber do risco, mas não o tem em sua concretude e realidade.

E na terra Brasil? Pelos rastros que vejo nas minhas caminhadas é grave o que acontece e sempre é acrescido no caos – o resto da festa, o lixo. Como, em pleno ano de 2020, a consciência ambiental ainda não está absorvida? Olha que o povo tupiniquim (não uso o termo como desvalorização a uma tribo indígena, que fique claro, mas sim como marca de sua origem) gosta de copiar o europeu e norte americano. Gente… eles são bem mais conscientes com a questão ambiental. 

A foto denuncia foi tirada no interior de Minas Gerais, em uma cidade de apenas 50.000 habitantes, à 100 metros do Fórum do município, em um bairro considerado “chic”. Há algo de muito estranho nisso!

Para os jovens ou os que ainda se comportam como tal, fica a pergunta: QUE MUNDO QUEREM PARA VOCÊS? Vocês não estão sendo inovadores e fazem coisas como seus pais. O mundo mudou e as condições para sobrevivência de vocês e seus filhos dependem de seus atos atuais. Façam diferente: cuidem-se e cuidem do meio ambiente. Vocês são parte dele!

Referências:

¹ https://pt.wikipedia.org/wiki/Rave

²https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/08/nao-estou-nem-ai-diz-jovem-que-vai-a-festas-ilegais-em-meio-a-pandemia.shtml

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