Mania horrível

Taís Civitarese Estou com uma mania horrível de toda vez que olho no espelho, levantar o dedo do meio e mostrá-lo ao reflexo juntamente com uma careta. Sei que talvez o melhor lugar para confessar este hábito não fosse exatamente uma crônica, mas sim um consultório médico ou psicológico. Sei também que não tenho mais quinze anos. Porém, por algum motivo, diante do espelho tem … Continuar lendo Mania horrível

O regime

Taís Civitarese Tentei fazer regime, mas apareceu aqui em casa um panetone recheado embrulhado para presente em papel celofane brilhante que atrapalhou meus planos. Mais tarde, vieram biscoitinhos de nata feitos por uma senhora, enviados como agradecimento por uma boa ação praticada. Eles me olharam com aspecto tão crocante que pensei que não faria mal algum deixá-los derreter em minha língua acompanhados por um cafezinho. … Continuar lendo O regime

Alegria

Taís Civitarese Ontem, assistindo ao primeiro jogo do Brasil na Copa Mundo do Quatar, senti uma grande alegria. Senti como se estivesse nos tempos de Pelé, vendo uma seleção potente e destemida avançar em campo. Senti um orgulho danado. Uma empolgação indescritível ao ver os passes perfeitos, as fintas, canetas, assistências, defesas e finalmente, o gol. Os gols do Richarlison. Assistir a esse jogo foi … Continuar lendo Alegria

Vinis velhos

Taís Civitarese Outro dia, Leo entrou numa loja de vinis antigos. Manipulou dúzias. Escolheu quatro. Chegou em casa animado com suas aquisições e colocou-os expostos sobre a mesa. Num momento, Leo coçou o olho. E em poucos segundos, seu globo ocular esquerdo transformou-se em uma bola de pingue-pongue vermelha e lacrimejante, inchada e pruriginosa. Corremos atrás de colírio antialérgico, soro gelado, remédio oral. Melhorou em … Continuar lendo Vinis velhos

O menino que não gosta de rock

Taís Civitarese Lucas tem 9 anos. Tem lindos cabelos longos, que lhe caem sobre os olhos. Gosta de usar tênis All Stars. Seus preferidos são pretos e têm pequenos raios elétricos desenhados em neon. Ele gosta de fazer tatuagens de caneta em si mesmo. Às vezes, pede ajuda para um amigo da escola que sabe desenhar bem. Chega em casa todo colorido com personagens e … Continuar lendo O menino que não gosta de rock

Seriedade

Taís Civitarese “Não se pode ser sério aos dezessete anos”. Esta frase é de Arthur Rimbaud, poeta francês por quem me apaixonei aos… dezessete anos. A paixão por ele foi fruto de outra paixonite da qual fui acometida na época, denominada Leomania, a verdadeira “pandemia” de fama do ator Leonardo Di Caprio. No fundo do meu armário, eu tinha um pôster enorme colado no qual … Continuar lendo Seriedade

Pequeno retalho social

Taís Civitarese Lenice foi fazer as unhas no salão. Lá, encontrou Renata, a manicure. Renata estava de mudança. Eram seus últimos dias no emprego. Seu marido tinha sido transferido para o Canadá e iriam tentar a vida naquele novo país. Lenice e Renata começaram a conversar. Por coincidência, Lenice também já morou no Canadá anos atrás. Disse a Renata: – Se o Lula ganhar, voltarei … Continuar lendo Pequeno retalho social

Eu te amo, geração Z

Taís Civitarese Muita gente fala que a geração Z é fraquinha. Que são mansos, preguiçosos, ultrassensíveis e mimizentos. Que não aguentam o tranco ou reagem a tudo com dramas, empunhando logo sua cartilha de direitos. Dizem também que a era das pessoas nascidas entre 1990 e 2010, que hoje têm de 20 a 30 anos, produziu apenas bons vivants sem compromisso com o trabalho e … Continuar lendo Eu te amo, geração Z