Partir, voltar e repartir

Daniela Mata Machado Eu não sei vocês, mas ultimamente já acordo cansada. Exausta, para ser mais exata. Dezessete meses é tempo demais para a gente viver sem esperança. Uma amiga minha esses dias quis chorar na antessala do consultório de um médico que a deixou aguardando por mais de uma hora e meia com uma dor que ela já não podia suportar. Me confessou que … Continuar lendo Partir, voltar e repartir

Wander Roberto/COB

Por todas as meninas

Daniela Mata Machado A fadinha skatista Rayssa Leal me resgatou de um poço de profunda desesperança quando abriu aquele sorriso largo ao erguer a medalha olímpica. “Feliz porque minha história e a de muitas outras skatistas quebrou toda esta barreira de que skate era só para meninos”, ela mandou. E eu chorei feliz porque a barreira que ela quebrou naquele pódio foi muito maior que … Continuar lendo Por todas as meninas

Música em silêncio

Daniela Mata Machado Relendo os últimos textos que escrevi para o Mirante, me dei conta tde que estou quase sempre falando de música. Isso é bem curioso porque nunca tive bom ouvido, não toco nenhum instrumento e meu nível de afinação não permite que eu cante na presença de desconhecidos ou na ausência de álcool. A música, no entanto, é o meu lugar seguro. Eu … Continuar lendo Música em silêncio

O poeta não morreu

Daniela Mata Machado Todo mundo é parecido Quando sente dor Mas nu e só ao meio-dia Só quem está pronto pro amor Dizem que atualmente quem quer esconder a idade precisa postar a foto da sua vacinação, digamos, uma semana depois da data real. No meu caso não ia funcionar porque o meu gosto musical entrega tudo. Esta semana eu estava ouvindo o Barão Vermelho … Continuar lendo O poeta não morreu

Por favor, usem máscaras

Daniela Mata Machado Estou aqui, comemorando porque finalmente chegou a minha vez de tomar a primeira dose da vacina – sim, é hoje!!! –, quando trombo com uma matéria sobre um moço que arrancou a seringa das mãos da enfermeira, em um posto de saúde do Ceará, e aplicou o imunizante no próprio braço. Ele disse que ficou com medo de que a moça não … Continuar lendo Por favor, usem máscaras

Uma brisa de esperança

Daniela Mata Machado “Solidão é uma ilha com saudade de barco.” Adriana Falcão A gente chegou aqui sozinho e não vai morrer acompanhado. Mas é incrível como nesse intervalo chamado vida a gente sente falta de outras gentes, né? Quando nos mandaram fechar as portas de casa, em março do ano passado, foi feito um jogo de pique-cola. Três, dois, um: agora você fica onde … Continuar lendo Uma brisa de esperança

Sonhando‌ ‌o‌ ‌mundo‌ ‌pós-pandemia‌

Daniela Mata Machado “O sonho que se sonha só é só um sonho. Mas o sonho que se sonha junto torna-​se realidade.”(Dom Hélder Câmara) Na semana passada, uma amiga querida perdeu seu irmão. Tinha 35 anos apenas. Nenhuma comorbidade. Mas não resistiu ao vírus que há mais de um ano vem alterando toda a nossa rotina e ceifando milhares de vidas. Eu não o conheci, mas … Continuar lendo Sonhando‌ ‌o‌ ‌mundo‌ ‌pós-pandemia‌

Pendurados pelo pé

Daniela Mata Machado No tarô, a carta do Pendurado – ou O Enforcado, em alguns baralhos – é sinal de que o consulente está amarrado pela perna, de cabeça para baixo, esperando a Morte chegar. É tempo de sacrifício, dor e espera. Eu gosto da simbologia do tarô. Ela explica bem a nossa caminhada por este planetinha. Mas não gostaria que o Pendurado fosse o … Continuar lendo Pendurados pelo pé