Ao redor

Marcela C. Piancastelli Um fósforo não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão tem ao redor. O sol não é suficiente para aquecer os dias muito frios, mas é suficiente pra que entendamos o quão frio está lá fora. O amor que vejo ao meu redor diz mais sobre mim do que sobre o que está ao redor. A literatura è como o … Continuar lendo Ao redor

Cortinas

Peter Rossi Acordei hoje e percebi uma mudança incrível quando abri os olhos. Minhas mãos correram a esfregar pálpebras e tudo mais que estivesse ao alcance daquela região dos olhos. Tinha aquela coisa de despregar os cílios e adequar a retina, conforme a cortina. Quase aos sessenta, tenho que ajeitar as pregas da pele. É um fato. Nessa hora, faço um parêntesis: é incrível como … Continuar lendo Cortinas

O mistério no observatório

Guilherme Scarpellini Magricela com peito escavado, espinhas espalhadas pelo rosto, óculos de fundo de garrafa e um punhado de revistinhas da Marvel debaixo do braço. Sim, Bernardinho congregava todas as características de um nerd em um só corpo mal-ajambrado de pré-adolescente. Só por uma façanha ele se destoava dos outros meninos de sua idade: aos 13 anos, o rapaz já dirigia a caminhonete vermelha Ford … Continuar lendo O mistério no observatório

Ser social

Raniere Sabará Vago na imensidão. Me pergunto se só penso ou se, de fato, vivo. Queria ser poeta, mas poeta não consegui ser. Queria ser musicista, mas, a música permaneceu somente nas canções rabiscadas em linhas tortas. Queria militar e acabei me encontrando em silêncio. Queria poder amar incondicional de uma forma tão leve e poder partir como dois animais. Queria caminhar no infinito para … Continuar lendo Ser social

Olho para o céu…

Sandra Belchiolina de Castro sandrabcastro@gmail.com Somos seres de linguagem e emoção, um gesto, olhar, foto, música nos remete a universos diversos. Memórias e pensamentos múltiplos. E, assim ocorreu comigo quando fui surpreendida, nesta semana, por uma foto onde minha mãe se fazia presente. Muitas saudades advieram com a imagem. Momento onde eu estava imersa ouvido músicaclássica. Chegou aos meus ouvidos como um sussurro de uma … Continuar lendo Olho para o céu…

Já não padeço de saudades

Silvia Ribeiro Já não padeço de saudades. Tenho o desejo cru esbofeteando o meu rosto, esfregando em meu corpo todo o seu fulgor, magnetizando o seu cio, e tornando os meus desvarios dignos de si mesmos. Um alvorecer que me puxa pelo vestido, mordisca os meus lábios, e se afoba em recitar as minhas curvas. E eu não sei o que fazer com toda essa … Continuar lendo Já não padeço de saudades

Infância abortada - Fonte: Pixabay

Infância abortada

Daniela Piroli Cabralcontato@danielapiroli.com.br (Texto original publicado no blog Mirante em 02 de Setembro de 2020, mas, infelizmente, permanece atual, dada a repetição de caso semelhante disseminado na mídia da última semana). Confesso que estava evitando falar sobre esse tema por causa da polêmica que ele provoca no mundo público. No entanto, também no mundo público, alguém uma vez disse que ficar neutro em situações de … Continuar lendo Infância abortada

É um menino!

Daniela Mata Machado “Parabéns, Senhor Abreu! É um menino! E já tem bigodes!” Nos anos 1980, meu sonho era ser Zelda Scotch, a jornalista bígama do seriado infanto-juvenil Armação Ilimitada. Sim, os anos 1980 eram um tempo que comportava papai de terno e mamãe de bobs na mesma sala em que a garotada assistia um programa de tv protagonizado por uma garota casada com dois … Continuar lendo É um menino!

Saudade da minha inocência de criança

Eduardo de Ávila A vida e o tempo contemporâneo, a cada novo dia, estão se tornando mais ásperos. Não bastasse a pandemia, que trouxe essa insegurança ao mundo, ainda temos de conviver com frágeis, manipulados e frenéticos amigos de décadas que se alimentam do ódio e de interesses de grupos poderosos. Fico num misto de desprezo e piedade por quem não se ocupa, ainda que … Continuar lendo Saudade da minha inocência de criança

A sorte do bom amor

Marcela C. Piancastelli “Eu quero a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida”… Cazuza cantou e esse amor tranquilo acende a lâmpada da alma em cada um de nós. O anseio pelo amor calmo e doce com sabor de sua fruta preferida. Aquele amor que lhe permita voar sabendo que você é livre como passarinho, mas lhe permita voltar oferecendo o ninho … Continuar lendo A sorte do bom amor