Na folha de inhame

Rosangela Maluf Não me lembro de ter feito outras vezes uma viagem sozinha com o meu pai. Quero dizer, só ele e eu. Todas as minhas fotos e lembranças são da família inteira reunida. Em férias, a bordo da Rural Willys, cor de café com leite, éramos então cinco pessoas, pois os gêmeos só chegariam algum tempo depois: papai, mamãe, meus dois irmãos e eu. … Continuar lendo Na folha de inhame

Solteiro Original (fim)

Tadeu Duarte tadeu.ufmg@gmail.com O filósofo Zygmunt Bauman descreveu a fluidez das relações contemporâneas como “relações líquidas”, nas quais o que vale são as experiências pessoais de cada um, sem a construção da identidade de um casal, da integração entre dois indivíduos. Ocorre que Bauman, embora certeiro em sua análise, pensava as relações líquidas como um acordo claro e transparente entre as partes. Mas o filósofo … Continuar lendo Solteiro Original (fim)

Mundo impermeável

Peter Rossi Estou cada vez mais convicto de que o mundo atual é impermeável. Os cenários são fictícios, apenas… cenários. O entorno, antes emulado, agora é resultado da inteligência artificial. Bastam alguns “prompts” adequados e o que era frio se aquece, o que era dia anoitece, e a mordida se derrete em beijo. Mas, no fundo, apesar da novidade, nossos olhos vão se acostumando a … Continuar lendo Mundo impermeável

Fé, Reflexão e Renascimento: A Metáfora do Caminho de Santiago

Wander Aguiar Quando decidi fazer o Caminho de Santiago de Compostela, mergulhei em leituras e estudos sobre o que me aguardava. Logo percebi que, para muitos, essa jornada é uma poderosa metáfora da vida, e posso afirmar, sem hesitação, que realmente é! Todo caminhante tem um propósito: seja espiritual, de autoconhecimento, de busca por respostas ou uma combinação de tudo isso. No meu caso, buscava … Continuar lendo Fé, Reflexão e Renascimento: A Metáfora do Caminho de Santiago

Edouard Louis

Recentemente, assisti a um vídeo do escritor francês Edouard Louis em que ele dizia que gostava de escrever sobre as coisas feias do mundo para que fossem vistas e, consequentemente, consertadas. Segundo ele, falar de coisas belas e de finais felizes não lhe interessava, pois refere-se àquilo que já está em ordem e não ao que merece atenção. Ao refletir sobre essa afirmativa, concordo bastante … Continuar lendo Edouard Louis

Quando o tempo se faz necessário: um café por favor

Sandra Belchiolina Se o clima está tenso no escritório, o relatório não sai. É tempo para o cafezinho, Tempo de esfriar os ânimos, Como diria a vovó. Deu angústia? Tempo que te quero, tempo de um cafezinho. Dar uma volta, caminhar, dar um passo a mais para desanuviar, Como diria a amiga. Deu saudade? É tempo do encontro com o cafezinho. Prosear e, de gole … Continuar lendo Quando o tempo se faz necessário: um café por favor

Bate coração - fonte: pixabay

Bate coração

Daniela Piroli Cabral contato@dnaielapiroli.com.br Tem certas reconciliações que demoram um tempo longo para acontecer. A nossa foi bem assim. Não foi de repente. Eu quis dar um tempo. Estava cansada. Por tantas frustrações e desencontros, acreditei que você não fosse mais importante para mim. Senti muita raiva. Não te procurei. Quis que você sentisse tudo o que me fez sofrer. Quis ver se você sentia … Continuar lendo Bate coração

O exorcismo do numeral 13

Eduardo de Ávila Tenho uma relação legal com o numeral 13. Quem me conhece reconhece isso, sabendo muito bem distinguir a razão desse meu flerte com a dezena. Via de regra, ao responder sobre um cafezinho a ser degustado numa boa prosa, digo que chego em “13 minutos”. O Galo eternizou, na última partida da Série B, essa camisa como homenagem ao Atleticano. A ideia … Continuar lendo O exorcismo do numeral 13

Retrô

Silvia Ribeiro O que se pode dizer de modernidade… Vivemos uma incansável busca por alguém que nos complete, a bendita metade da laranja. Carne e unha, alma gêmea… Aquelas coisas. E parecemos indigentes quando se trata de uma reciprocidade que vá de encontro aos nossos anseios. Um modelo de relação sem grandes milagres e que não peça afortunados esforços. Vejo algumas narrativas sobre relacionamentos amorosos, … Continuar lendo Retrô

Viver um grande amor

Mário Sérgio Há uma fase boa em nossas histórias que, sem que nos demos conta, os hormônios parecem ganhar uma dose extra de estimulantes. E então, adolescentes, acreditamos amar “para sempre” a primeira pessoa que nos dirige um tipo de olhar que até então não percebíamos. Aquele olhar que traz em si uma torrente de sentimentos envolventes, cuja descrição demanda palavras e termos que ainda … Continuar lendo Viver um grande amor