O risco do amor

Silvia Ribeiro O risco do amor. Ver destroços da sua alma solitária vagando em dias nublados, e um frio que não passa. Madrugadas insones levando os seus olhos à contar estrelas que não acabam mais. Um fatídico cheiro de saudade açoitando a pele, lembrando os velhos engenhos cheios de sangue. O coração tresloucado bendizendo cada gesto que afaga, e cada gota de um beijo molhado. … Continuar lendo O risco do amor

Uma história de não ficção

Silvia Ribeiro Nestes tempos estranhos que estamos vivendo, não perceber logo de cara, quando o amor nos atinge em cheio, pode representar uma dificuldade em admitir um amadorismo no meio romântico. As vezes, por uma covardia do nosso cérebro querendo se desvencilhar desse sentimento, ou até mesmo, por uma incoerência do nosso coração que sempre esperou por isso. Vai saber quem é o merecedor da … Continuar lendo Uma história de não ficção

Um bom augúrio

Havia me aprontado para viver um grande amor. Nem sei quem foi que disse que existe um “ritual” para isso. Mas, algumas experiências perenes me fizeram ter essa atitude de parcimônia. Aprendi através de alguns falatórios, que os ilustres corações apaixonados nunca foram dignos de bom senso. E quero crer que, essas agitações a despeito de se sentir parte de alguém são características que nos … Continuar lendo Um bom augúrio

Eu vi, viu?

Que bom que você chegou. Você não tem ideia de quantas vezes eu ouvi o eco da sua presença, e discretamente, tive que sair de cena para não me perder na inutilidade de tudo. Dentro das minhas convicções mais profundas eu sabia que você chegaria. Ainda que, me sentisse açoitada pelo tempo de forma desleal, sempre habitei esse lugar revolucionário de encantos e de magia, … Continuar lendo Eu vi, viu?

Fui sabendo de mim quando te encontrei.

Uma respiração trêmula e espessa regressou após dias longínquos, ficando transparente diante das minhas pupilas no minuto em que eu me aproximei do seu corpo. Estímulos que haviam se petrificado, no sentido de não me encontrar disponível, ocuparam o meu coração desatento com candura, e eu esperei pelas palavras que saiam da sua boca como quem aguarda uma fruta madurar no pé. Abandonei virgindades sombrias … Continuar lendo Fui sabendo de mim quando te encontrei.

Uma serva

Silvia Ribeiro Conscientemente, não planejo um efeito nas minhas escritas. Embora, tenha a certeza absoluta das reações que elas causam. Até porque, já me falaram muito sobre esses fenômenos. E quando recebo esse tipo de resposta, através de um amigo, ou muitas vezes, de alguém que eu nunca vi na vida, relembro o meu primeiro contato/interesse pela leitura. Episódios que produzem em mim significados que … Continuar lendo Uma serva

Sob o efeito de um porre poético 

Silvia Ribeiro Sob o efeito de um porre poético convidei alguns sentimentos para uns drinks. Me sentindo como se tivesse me reunindo com velhos amigos, persegui a ideia de encontrar obviedades e prazeres desenfreados. Papos da vida real rolaram espaçosamente e se encarregaram de se manifestarem de forma explícita, para que fossem amplamente desejados pela anfitriã. Protegidos por um sistema que não se dá somente … Continuar lendo Sob o efeito de um porre poético 

Deixo sutilezas no papel

Silvia Ribeiro Não tenho ao meu lado um copo de whisky e um balde de gelo para me embriagar, nem um cigarro no cinzeiro soltando fumaça em forma de caracol, num ritmo vagaroso. Não tenho uma dor de cotovelo irreverente morando na minha casa, trazida por uma fossa vibrante de um adeus permanente, uma igrejinha contando sobre a minha infância e boleros tocando na vitrola … Continuar lendo Deixo sutilezas no papel

Amar, dói?

Eu adoraria dizer à mim mesma que amar não dói. Mas, dói. Dói fisicamente, emocionalmente e espiritualmente. Dói, por quê? Dói, pela bestialidade da saudade, pela impiedade de não ser protagonista, pelo desespero da indiferença e pela materialidade de um coração que se mantém em vigília. E sobretudo, pela solidão fantasmagórica que não guarda distância durante a noite e recomeça no dia seguinte. É como … Continuar lendo Amar, dói?