Eduardo de Ávila

Os tempos modernos exigem uma adaptação de quem já dobrou o espigão e vive aqui graças aos avanços da medicina e pesquisas científicas que nos possibilitam viver mais que nossas gerações familiares anteriores. E nesse mundo onde até bens de consumo estão se tornando descartáveis, tento me (amos nos) ajustar. Quem da minha geração aceita com facilidade o uso de cartões bancários e tantos outros, pix e os aplicativos nos celulares. Poucos. Falei do básico, existe um montão disso por aí que aterroriza quem nasceu no interior e passava férias na roça pescando e andando a cavalo.

Para virar gente, era assim que justificavam para mandar os adolescentes sonhando por liberdade, como dezenas de milhares optaram por estudar na capital. Entre os pais, esses sim, sedentos por ter um filho doutor de volta para sua comunidade, restava rezar para que evitassem o descaminho e más companhias. Atualmente tudo isso mudou, as faculdades se multiplicaram e tem escola por todos os cantos. A tecnologia assegura a essa geração informações muito mais rápidas que nossos tempos perdidos em bibliotecas e aguardar livros muitos procurados. Numa contra compensação o vocabulário dessa moçada fica cada dia mais pobre e limitado.

Porém, nada altera o romantismo que vivemos. Com todo respeito aos avanços, nada melhor que conquistar a colega de aula na sala de aula. A vizinha no trajeto para a escola. Ou aquela moça que frequentou a mesma “Hora Dançante” de todo sábado. Isso não existe mais. Uma pena! Noutra contramão, um tanto de gente já com a memória fragilizada. Viver muito vale à pena? Tenho o maior receio de entrar nessa fase, ninguém vai lembrar do que fui, só registrar a fase decadente. Medo mesmo, já ando esquecendo o que não acontecia até bem pouco tempo.  E entre jovens, que já são adultos de variadas idades e não sabem o que querem. Parece uma síndrome de bipolaridade. Credo!

Nunca deixei de criticar as redes sociais, em função do mau uso por gente inescrupulosa em todos os segmentos e sentidos. Junte se a isso, que reconheço também – até por não resistir aos avanços da humanidade – que tem o lado bom daqueles que sabem utilizar da ferramenta pelo bem coletivo. O mundo caminha e sugere evoluções em todas as áreas, pena que alguns utilizam para interesses contrários ao bom ambiente das relações individuais e/ou da vida em comum.

Entre tantas postagens, sejam elas de orientação e sugestões, outras são de puro entretenimento e diversão. E sadias. Essa que recebi e divido neste link, me divertiu muito no final de semana. Em meio a alegria pelo desempenho do meu time do coração, associado aos dois dias de folga com debilidade – parece que viral – física e emocional, passei me divertindo pelas redes sociais repassando esse vídeo.

Oh! Que interessante. Descobri que sou semi e pré, pós também. Digo, pensei ter entendido, mas agora tô é mais confuso. Parece aquela situação de rodar um braço sobre o outro e não saber qual é o esquerdo e qual o direito. Só sei que não sei. Se sou jovem ou sou idoso. Adolescente para sempre eu hei de ser. Se bem que as pernas e outros membros perderam a firmeza. Até a elasticidade. Mas aqui existe resistência. Ampla, geral e irrestrita. É a mais pura expressão da verdade, embora eu seja um tanto mentiroso. Cadê a Cecília (Meireles)? Ela quem me criou essa desorganização mental. Ou isto ou aquilo!

5 comentários sobre “Resistindo com divertida dificuldade

  1. Bom Dia Eduardo! Creio que temos dentro de nós sempre uma criança, um jovem e um adulto. O (a) idoso (a) existe paralelamente. O importante, em minha singela opinião é prosseguir no autoamor e no amor ao próximo, o restante é plantio e colheita. Amo seus textos. Abraços, Patrícia Lechtman.

  2. Hoje me diverti bastante com o seu texto e com o link que anexou. É bem isso mesmo que estamos vivendo. E diante das oposições que vivemos o jeito é fazer humor e seguir em frente sem saber como vamos cordar: com dor ou sem dor, cambaleante ou firme, esquwcendo ou lembrando e por aí vai.

  3. Compartilhando sempre as suas matérias. Amo suas reflexões! Por aqui vivendo a inovação, mas assumindo o meu limite, sem sofrer e lamentando as perdas da geração do imediatismo, que nem imagina o qto é bom as descobertas aos poucos.

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