Eduardo de Ávila
Assistimos, com muita tristeza, à busca de visibilidade a qualquer preço. Através das redes sociais, não tenho dúvida, surgiram os chamados influencers que – em sua grande maioria – buscam cliques e recompen$as pela quantidade de seguidores. Alguns poucos apresentam conteúdo que merece ser apreciado, mas a grande maioria vomita asneiras e – em nome de uma falsa moralidade – contribui com a disseminação de mentiras e provoca ódio nas relações entre as pessoas.
A febre, que parece nunca ter fim, atinge todos os segmentos. Jogadores de futebol usam essas ferramentas; há quem brilhe na virtualidade e nada dentro do gramado. Assim como médicos, dentistas, políticos e os coaches – estes últimos também decorrentes dessa modernidade. São profissionais que ajudam os clientes a atingir objetivos – pessoais e profissionais – por meio de orientação. Não se exige formação acadêmica para o exercício dessa função. Meus tempos são outros, bem mais antigos; para ser advogado e jornalista foram quase 10 anos de faculdade em curso noturno.
No curso de comunicação social, ainda havia duas outras habilitações que se separavam a partir de certo período nas faculdades: Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas. Naquela ocasião, essa questão vocacional era tratada em um consultório de psicologia, onde o profissional igualmente passava por cinco anos no meio acadêmico. Se o coach exerce uma função em um diálogo reflexivo sem curso, o influencer informa tudo o que lhe convém sem saber como redigir um lead (abertura de matéria jornalística). Em outras atividades – inevitavelmente – existem profissionais inabilitados por todo lado: rábulas no exercício da advocacia e políticos sem sensibilidade social, requisito fundamental para o exercício de mandato e cargo público.
A descrença e desconfiança em detentores de mandatos eletivos vêm – numa velocidade cruel – sacrificando as populações do mundo todo e promovendo a ascensão do pragmatismo político. Os valores são outros. Meus tempos de infância, adolescência e até boa parte da vida adulta, fossem de qual posição ideológica, os representantes do povo eram respeitados. Sou eleitor que opta pelo social e, consequentemente, voto em candidaturas populares de viés de esquerda. Ainda assim, nunca deixei de admirar muitos conservadores com conteúdo intelectual e cultural, como Silo Costa e Jesus Trindade Barreto, entre outros. E nunca me escondi em criticar outros que militavam do mesmo lado.
Enfim, digo tudo isso para fazer uma observação sobre os últimos dias. Estou beirando os 70 anos e já passei por muitos momentos na República. Era criança, e, lá nas nossas bandas, os moradores estavam amedrontados pelo bandido da cartucheira. Ele matava, estuprava, e a polícia não prendia o monstro. Até que foi capturado. Alívio geral em Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Como foi preso aqui, sua apresentação contou com forte aparato, com delegados e a Secretaria de Segurança à frente. No governo Azeredo, eu trabalhava em redação. Um ex-oficial de chancelaria – capturado no interior de Minas Gerais – suspeito de atentado (parece tão atual) foi apresentado por delegado.
No mesmo governo, na greve das polícias, lamentavelmente ocorreram vítimas fatais. O cabo Valério, assassinado, virou cabo eleitoral na campanha seguinte. Depois disso, às vezes me pergunto: como estará a família dele? Esposa, filhos… enfim, quem se valeu dele para alçar voos teria dado assistência? Não sei, mas é uma curiosidade. Agora, em um juízo de valor bem menor, mas nem por isso menos grave, o triste episódio das bombas no estádio do Galo. Apuração conjunta entre o clube e as forças de segurança chegou a mais de 20 prisões, incluindo quem seria o incauto que lançou aquela bomba, atingindo um repórter fotográfico. A pergunta que ouço por onde passo é: o governador em exercício, vice que propositalmente aparece mais que o cabeça de chapa, foi anunciar a prisão e medidas. Qual a grande diferença – isso tem sido unânime entre aqueles com quem proseio – entre esse fato e os do passado? Campanha eleitoral! Vale tudo! Até, como no caso do Valério, se valer da dor dos outros.
Interessante é que o vice-governador, no exercício da governança, no calor dos tristes episódios ocorridos na ARENA MRV anunciou aos 4 ventos que a PM retornaria aos estádios para otimizar a segurança, mas para o jogo Cruzeiro X Palmeiras ele se borrou e pediu que a CBF decida que esse jogo seja com torcida única. Ora, não seria essa uma excelente oportunidade para a nossa PM demonstrar toda a sua competência e garantir a segurança da torcida do Palmeiras? Politiqueiros e suas politicalhas; nada mais!!!
Há muito tempo o que aparece é a mediocridade que é sempre mais rapidamente consumível que um “artigo” mais denso. Nossa sociedade de consumo é isto, “embalagens” bonitas, com produtos “padronizados” e fáceis de se consumir. Não gasta reflexão , nem pensamento crítico. É muita complexidade pra cabeças ocas, acomodadas e preguiçosas.
Bando de aproveitadores da dor alheia duma figa. Queria alcunha-los com outro adjetivo,mas em respeito ao espaço, vai “duma figa” mesmo. E tem boçal q além de acreditar nestes p*t*s ainda brigam e se matam/auto-explodem por eles. Triste, meu amigo temporão!
Sigamos…