Eduardo de Ávila

O Evangelho de Mateus, capítulo 23, versículos de 13 a 22, é recomendado a todos que se aventuram a ser professores de Deus. Temos muitos, notadamente nos extremos, e, se observarmos bem, são mais do que imaginávamos. Pense numa multidão à sua frente, corra os olhos pelas extremidades – esquerda e, notadamente, à direita – é onde se acomodam para incomodar quem opta por condições de vida mais leves e suave, no aquecimento da solidariedade de quem vive ao seu lado.

Pois, como diz Padre Joãozinho – que não conheço, até porque pratico a fé e devoção religiosa noutra seara –, “a hipocrisia é pior que a falsidade, pois procura parecer verdade o que não passa de mentiras”. Seara é o campo de trabalho dos discípulos nos nossos corações, para o trabalho de evangelização dos espíritos na vida corpórea ou em evolução para nova oportunidade entre os seres vivos.

Estamos passando por um período de transição e turbulência em todo o planeta e, não seria diferente, aqui no nosso Brasil. Pouco conheço lá fora, tive poucas oportunidades de perambular por outras terras, em situações que nem me sugeriam esse tipo de pesquisa ou reflexão. Daqui, sim, conheço um bocado, numa distância intransponível de grandes pensadores e estudiosos do assunto. Concomitantemente, muito acima, dos analistas por conveniência que vomitam fake news ao nosso redor.

São aqueles que costumo chamar de “fakes cristãos”, entre os quais estão o bobo que segue o berrante de um impostor e o próprio pregador e propagador dessas mentiras. São da classe social dos “pobres de direita”, que, juntando-se aos falsos religiosos, formaram o exército dessa nova estratificação social: os “transfinanceiros”. Alguns poucos até têm um tantinho – não tanto quanto imaginam –, mas longe de serem os milionários que se julgam. Já a maior parte dessa gente se acha riquíssima, mas está presa num corpo de pobre. E é nesse contingente que estão os grandes hipócritas do mundo atual.

Conheço muitos que transitam no mesmo espaço que eu, acham-se proprietários do ar que respiramos juntos e das vias públicas que dividimos. A diferença é que meu carro é pequeno, e o desses poderosos é proporcional à sua ignorância cultural, idiotice e arrogância. Atiram seus veículos nas vias públicas com a autoridade de quem imagina ter a preferência para passar por cima de tudo e de todos.

E é em meio a essa hipocrisia que insistem em repassar mentiras como verdade. Conscientes disso, em sua maioria. Lembram-se da sede da Escola Superior de Agricultura de Piracicaba? Aquela que uso no meio deste post? Circulou nas redes sociais como sendo a fazenda do Lulinha. Tem mais! Dias atrás, ouvi perplexo que a Dilma seria dona da Construtora Triunfo, que é concessionária de estradas e aeroportos. Um dos sócios, já falecido, era meu primo e odiava a ex-presidente. O outro, ao que me parece, tem até ligações familiares ou de amizade com a “conja” do ex-juiz e ex-ministro. “Ah! Me disseram“! Simples assim!

Nesse raciocínio, banal e de má índole, estariam autorizados aqueles que divergem desse comportamento a aplicar a mesma ferramenta de mentiras? Não, definitivamente não! Aqui em Belo Horizonte, tem faltado sistematicamente energia e, no final de semana, até água em 700 bairros. Chegaram a mim informações – uma delas até de sindicalista – dando conta de que o governo do estado quer desvalorizar a Cemig, a Copasa e outras estatais para suas pretensões com os programas de privatização. E os incêndios, com hora marcada, a quem podem interessar? Por princípio, não posso dar crédito a isso, pois seria o caso dito acima, hipocrisia da outra extremidade.

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