Eduardo de Ávila
Sempre defendi e registrei que não sou doutrinado pelo partido ou “seu dono”, o presidente Lula, em contraponto aos reacionários que renascem nesse Brasil brasileiro. E essa condição me deixa confortável para, sem patrulhamento como todo extremo exerce, fazer considerações críticas ao presidente que já mereceu meu voto inúmeras vezes. Ao que me lembre, em duas ocasiões de primeiro turno, optei por Covas (1989) e Ciro (1998), e em ambas o atual presidente no segundo turno.
O que trago aqui hoje, em tom crítico, pode parecer retaliação por ter o incauto usado de demagogia contra o meu time do coração – Galo – para seus discursos reconhecidamente com viés populista. Ele, reiteradamente, se utiliza dessa verve de demagogia para buscar popularidade e simpatia. Nos primeiros mandatos, rotineiramente, tinha aquela mania de “nunca antes na história desse país”, como se existíssemos somente pós-Lula. Muita pretensão. Tenho saudade, pela ordem, do Itamar, Brizola e Tancredo. Os dois primeiros nacionalistas e o último conciliador. Pena que nenhum deixou legado familiar, os Neves até que tentaram, mas o sangue udenista paterno prevaleceu.
Ao que interessa! Lula passou por Belo Horizonte, onde teve apenas a presença do governo de Minas, através do inexpressivo vice. O governador, com quem tenho laços familiares, se perdeu na relação institucional com a Presidência da República e, por constrangimento – penso – nunca aparece nas visitas oficiais. E nessa oportunidade o presidente, talvez ou seguramente – acredito mais na segunda alternativa – para cutucar os donos da MRV, criticou preços de ingressos dos jogos do Galo. Intempestivamente, uma vez que, por pressão do atleticano, já haviam sido reduzidos. Ao atirar nos Menins, por motivação pessoal que não entro no mérito (briga de cachorro grande), atingiu boa parcela de torcedores do Galo.
Há quem diga que a razão disso, que prefiro não acreditar, seria por já ter se declarado torcedor de outro clube de Minas Gerais. Isso, ao que percebo, é outra conversa fiada para ter visibilidade no cenário futebolístico mineiro. Até ganhou camisinha do dono da SAF de lá. Balela! Se assim for ou fosse, vai que ele – como Juca Kfuri denunciou – resolve presentear com um estádio seu clube de MG. Foi isso que Kfuri denunciou em relação à Arena do Corinthians. Dizem, nunca fui lá, uma construção com requintes de altíssimo custo. Mármore e tanta coisa que chamamos popularmente de chique. Reitero, não vi e sim ouvi dizer, assim como o Kfuri disse que o estádio seria contabilmente zerado a favor do time paulista do presidente. Ele, diferente do blogueiro, por razões pessoais tem um time em cada estado. Eu só tenho o Galo.
Interessante, no nosso caso, alguns aspectos que fugiram à observação do presidente. Os preços não eram diferentes da maioria cobrado por outros clubes da série A. Nossa Arena, construída com recursos próprios, enfrentou dificuldades sobre a tal contrapartida quando a Prefeitura estava nas mãos de seu companheiro de chapa. Foram tantas exigências que atrasaram e encareceram a obra, interferiram no projeto – inclusive na reclamada acústica -, e virou arma na briga política interna do Galo. Aí vem o presidente de todos os brasileiros, até BH, fomentar essa desavença. Infeliz, desnecessária, intempestiva (os ingressos já estavam sendo comercializados mais baratos) e com cunho indiscutivelmente populista. Mal orientado por sua assessoria e companheirada. E mais, o que pensa o PR sobre o prefeito do Rio de Janeiro desapropriar, para atender o Flamengo, área que pertence à Caixa Econômica Federal? Ah! São parceiros!
Por fim, lamentando a conversa fiada do presidente, reafirmo minha condição libertária de livre escolha. Sendo ele contra esse retrocesso, que atende por bolsoloídismo, seguirei como a maioria dos brasileiros no caminho da democracia e da justiça social. Entretanto, tão e somente pela falta de perfis como Itamar, Brizola e Tancredo, pois, se surgir algum líder com características similares a um dos mencionados, como não sou petista ou lulista, seguirei outro caminho. Se tem algo que todos que citei não tinham em suas manifestações e ações eram posicionamentos populistas para agradar a Massa. Massa? Esse é o outro nome da torcida atleticana. Pisou na bola, Luiz Inácio, tome tenência!
Um Texto Histórico. Gostei. Parabéns! Temos muito a caminhar! A critica faz parte da caminhada democrática.
Excelente texto meus amiGALO ! Da mesma forma que voce sou eleitor dele e como tem sido decepcionante ver a cada dia a verborragia populista controlar o discurso e momentos que ao invés de unir polariza ainda mais nosso dividido Brasil