Não, a referência em nada tem relação com o capeta, tão temido por cidadãos que se auto proclamam do bem. O trânsito infernal de Belo Horizonte, que além de mal gerenciado – com as agravantes dos motoqueiros e gente distraída – já anuncia a chegada de fevereiro com a volta das aulas e a invenção do diabo que Deus abençoou. O carnaval, esse sim, que eu tanto adoro e amo. Mas, pelas ruas da cidade, já é possível perceber que a tranquilidade de janeiro está agonizando.
Em dezembro, aqui neste Mirante, tratei desse tema. Na verdade, já me ocupei algumas vezes, sobre esse maior desconforto da nossa Belo Horizonte. Essa postagem recente, mereceu até do amigo Eduardo Costa menção em seu comentário na Rádio Itatiaia. Colega dessa árdua missão do jornalismo, o xará sempre foi atento aos problemas da nossa cidade, fato que o distingue entre os colegas no exercício da profissão. Na imprensa escrita, falada e até na televisão.
Pois bem, seria saudável que nos preparássemos para esse retorno. Fila dupla, às vezes triplas, das madames – marmanjões também – que se julgam donos da rua. Para alguns, o espaço público é preferencial aos seus carrões de centenas de mil reais. Nós, com aqueles carrinhos 1.0, somos incômodos para adultos mal criados e donos do mundo. Nem mencionei, e são muitas/os, navalhas ou barbeiros. Refiro a motoristas sem muito traquejo ao volante. Mas, com seu carro pomposo e poderoso, acreditam ter a preferencial.
Os motoqueiros, capítulo à parte, acreditam que a faixa que divide pistas de rolamento são vias deles. É comum, basta observar, um assanhado condutor de duas rodas sinalizar que o veículo (carro) está atrapalhando sua passagem. Ora, vá se ph…! As auto escolas destes entrega rápida não foram competentes para ensinar aos apressadinhos que deviam seguir sem ultrapassar de maneira tão perigosa. Colocam suas vidas em risco e, comumente, arranham e quebram retrovisores de carros por toda a Belo Horizonte.
Ontem, no final da tarde, depois de um dia intenso, voltando para casa, pela enésima vez fiquei no prejuízo. Quer dizer, farei contato hoje com a empresa do ramo de telecomunicações sobre o ocorrido. Vindo do meu trabalho, na altura do número 6400 (lado externo e numeração ímpar), em direção a região da Savassi, experimentei mais um dissabor com esse inferno nas vias públicas.
Um incauto funcionário dessa empresa, saiu entre dois veículos estacionados, repentina e abruptamente, para esticar a fiação que trabalhava no local. Com a sinalização retendo tão e somente a área de estacionamento, o distraído surgiu à minha frente na pista de rolamento, pé no freio imediatamente. Caso contrário, estaria recolhido e prestando depoimento sobre um atropelamento. Um motoqueiro, colado, bate na traseira do meu 1.0 bateu e fez um tremendo barulho.
Refazendo do susto e tentando entender, sou verbalmente xingado por parceiro do infeliz que causou o dano. Desci do carro e respondi na mesma intensidade. Ora, causam uma batida e ainda querem intimidar. Dois colegas deles mesmos, me deram razão e os carinhas afinaram. O motoqueiro, esse sim um coitado, preferiu ir embora com a bota rasgada e dores nas pernas. Meu prejuízo, carro riscado e farolete traseiro trincado. A meu juízo, a primeira chuva que ocorrer, o sistema elétrico molhado irá causar dano ainda maior. E o prejuízo? Quem vai arcar? Vida que segue! Na na ni na não!
*imagens ilustrativas do UAI/EM
Eduardo, sua crônica reflete a difícil realidade que estamos vivendo nas ruas de nossa Belo Horizonte: sinalizações nos asfaltos quase apagadas, motociclistas às centenas cruzando à esquerda e à direita…
Grata!
Marly Sorel
E a BHTrans óóó…
Pois é caro amigo, acho difícil te dar toda a razão embora seja essa a minha primeira reação, sobretudo diante do seu desafortunado incidente.
O que você traz, de fato é razão para indignarmos diante das condições do trânsito belozizontino, que só vemos piorar. O número cada vez maior de motoqueiros imprudentes, loucos para render suas viagens nos alertam para a precarização de seu trabalho e consequentemente das suas vidas. Somos vítimas, todos juntos, pedestres, motoqueiros, bikeiros, passageiros e motoristas dos ônibus, motoristas dos carros 1.0 e 1.3 da precarização de nossas vidas, para benefício de pouquíssimas outros. E aí praquejamos entre nós, culpando-nos pela falta de jeito, de tato, de tudo. Choremos!
E oremos!