Caos e falta de urbanidade

Seguramente, sem medo de errar, um dos maiores – talvez o principal – tormento do dia a dia na nossa sempre Belo Horizonte seja o trânsito. Já mencionei sobre isso aqui em algumas ocasiões, renovando meu pavor em circular pelas nossas ruas e avenidas. Desde distraídos condutores, passando por valentes motoristas, até nós passivos que ficamos nesse meio entre o medo e a necessidade de locomoção.

Daqui duas semanas, logo depois da virada do ano, a situação fica bem branda. Assim, como, parcialmente no mês de julho. Mas, inegavelmente, janeiro é o melhor período para circular pelas ruas da nossa cidade. Em contrapartida, neste último mês – dezembro – de cada ano, convivemos com o pior momento. Dá vontade de ter um helicóptero ou – como nos desenhos animados – as rodas do carro virarem pernas e fugir desse transtorno.

Como as duas alternativas são apenas no desejo e sonho, resta tentar segurar a onda e evitar estressar. Com bem me recomenda o amigo Celso Adolfo – insistentemente – em nossos curtos trajetos, não passar recibo nas fechadas ou outras agressões. “Você não sabe quem está na direção, se reagir, pode fazer coisa pior”, alerta na volta do shopping ou da Arena do Galo. Com cara de pavor de uma eventual resposta a uma fechada ou algo do gênero.

Nas vezes anteriores que desabafei aqui, chamava a atenção para duas situações de total desconforto. Motoqueiros que passam entre os veículos, como se a linha divisória de pistas fosse deles para arrancar retrovisores e arranhar os carros.

Fazem isso com naturalidade e desaparecem, com aquele irritante “bi-bi-bi-bi” acionado. Outro, sem preconceito de classe, carros enormes – aparecidos e caros – que acreditam ser o tamanho e seu poder aquisitivo sinalizador de preferência. Entram como se a via pública fosse exclusividade deles.

Como consequência disso, nesse caso some-se aos motoristas de transporte coletivo, fecham cruzamentos sem o menor pudor ou preocupação. Avançam sinal amarelo, certos que irão travar o a via pública, para ganhar alguns segundos e atrasar minutos de quem com o sinal aberto não pode seguir seu destino. Paciência, afinal neste último mês do ano, tudo parece ser permitido. Essa vem sendo a rotina de todo dia, agravada no final de ano, sem data marcada para terminar.

Pra fechar, uma novidade que só percebi agora. Não, na verdade ocorre sim com frequência, com o caos do fim de ano sempre agravada. Irritante! As vagas em vias públicas e mesmo em estacionamento particulares – notadamente – em shoppings e supermercados, destinadas a idosos e PCD. Em todos eles, nos deixando em estado de alerta, tamanho e total desrespeito. Jovens e pessoas sadias, estacionam como se esse espaço estivesse ali guardado para sua falta de urbanidade.

Nessa semana, num supermercado aqui pertinho de casa, um folgado vendedor de tradicional e conhecida marca mineira de pão de queijo – na maior cara de pau – estacionou seu carrinho branco plotado em vermelho e foi cumprir sua missão de trabalho. Foi na Rua do Ouro, logo depois da Palmira. E no domingo (foto acima), essa VAN – ou Besta – passou a tarde toda estacionada ocupando duas vagas para idosos. Na Rua Paraíba, esquina de Antônio de Albuquerque.

E é assim que a gente vive. Nesse forno do trânsito de Minas. Motoristas habilitados, dirigindo como bestas. Janeiro tá logo ali. Sigamos!

*imagens: 1, 2 e 3) UAI/EM; 4) arquivo pessoal

3 comentários sobre “Caos e falta de urbanidade

  1. Aprendi a não reagir a xingamentos, cara feia, buzina e moto-trabalhadores doidos que se arriscam entre os carros. No recente jogo Galo 2×1 S. Paulo, indo pro Mineirão, um motoqueiro de entregas, acelerado, claro, veio “dibrando” os carros e passou pelo meu, arranhando a porta e deslocando o retrovisor do meu lado. O único substantivo que acentua o que aconteceu é este: num átimo, o motoqueiro desapareceu! Nem que eu tivesse pernas de Usain Bolt ou voasse como a flecha de Oxóssi que inspira Paulinho, o sensacional @PH7, eu pegaria o motoqueiro que se arriscava riscando laterais de carros trânsito afora. O melhor é segurar a onda e não amplificar as ondas de violências, que nunca cessaram, mas que, com raro capricho e infelicidade, foram estimuladas nos anos recentes passados.

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