Ano novo, vida nova

Luciana Sampaio Moreira

Será mesmo que a vida muda quando chega a meia noite do dia 31 de dezembro? Eu acho que não. Passando os festejos e os efeitos dos excessos cometidos, tudo volta ao normal, ou seja, segue o curso.

Uma parcela da população aproveita as férias de janeiro enquanto outra, que descansará em outros meses, continua na labuta de sempre. Nos tempos atuais, o Brasil já não espera o fim do carnaval para começar a funcionar de fato.

A rotina também não muda. As idas ao supermercado, sacolão e açougue – sempre nos mesmos endereços – os bares frequentados e os locais preferidos para os momentos de lazer também não são substituídos por outros, novos.

Da mesma forma, a esposa/marido, os filhos, os parentes, os amigos, o chefe, os colegas de trabalho e os agregados também não caçaram um rumo diferente entre a meia noite de 31 e a manhã do dia 1º de janeiro. Estão ali para mais um ano juntos.

O que muda então? Ou melhor, quem muda? Aí está a pergunta de um milhão de dólares. Viver é um exercício diário, uma experiência que não é 100% confortável e para a qual não cabe reivindicar resultados medidos e pesados. Viver é se surpreender e se desafiar a cada segundo, mesmo com aquelas tarefas que são dominadas há muito tempo.

E o povo corre para celebrar o ano novo como se algo inédito – a não ser a contagem do tempo – fosse acontecer para revolucionar tudo em volta. No entanto, a revolução é individual e só afeta o indivíduo.

 

Feliz novo ciclo!

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