Nem tudo foram flores

 

Semana passada, aqui neste espaço que divido em parceria com pessoas que trazem reflexões do nosso cotidiano – com boa mescla de experiências vividas – ao tratar do glamour de um encontro familiar, sugeri que traria algo sobre pequenos espinhos dessa festividade. Que nem por razão nenhuma tiram a delícia de uma comemoração tão importante para quem realmente curte família.

Não disse na semana anterior e houve quem me perguntasse. Como curtir quatro dias sem qualquer contratempo ou inconveniente num ambiente tão plural. Regra básica a mim. Por mais que alguém tente ou te atente, conversas sobre preferência política ou time do coração, não tem espaço num encontro tão nobre quanto reunir primos que pouco se encontram. E, nos dois casos, não faço segredo das minhas preferências. Houve quem tentasse, na verdade, passaram os dias tentando.

Mas, vamos a odisseia anunciada, que começa ao pegar a BR 262 com destino a Uberaba. Meu caminho por décadas, uma vez que Araxá – minha cidade natal – fica antes desse destino. Que lástima! Da pior qualidade aquela estrada. Com quatro pedágios, três até minha terra, com preços exorbitantes às condições de pista oferecidas. Asfalto irregular, cheio de remendos que ocasionam ondulações e trazem insegurança ao motorista.

 

Os pedágios, ao valor de 6,40; 6,70, 7,10 e 8,40 na ida e para voltar em sentido contrário, com longas filas e – consequentemente – considerável atraso no percurso. O tempo previsto de seis horas, estendeu em sete horas e meia em cada trajeto. Duas paradas básicas, nos dois sentidos, uma para lanchar e a outra exclusivamente para necessidades básicas não servem de motivo para o excessivo tempo das viagens.

Tudo isso pela pista e o excesso de caminhões, me recordo que em tempos passados, existiu uma norma determinando que esses veículos de carga não circulassem nos finais de semana. E foi numa volta de feriado. Enfim, um sofrimento de ida e na volta para enfrentar o trecho em concessão, que deveria já ter sido duplicado e que só vingou mesmo foi a colocação das catracas de pedágios. Diga-se em pequeno número de caixas recebedores pelo movimento intenso daquela via.

Outro dissabor foi por conta do Hotel escolhido na acolhedora Uberaba. Quase todos os familiares se hospedaram na mesma rede. Eles oferecem dois blocos distintos de atendimento. O prédio antigo e a nova edificação. Tem até uma imponente passarela sobre a via pública para passagem de uma a outra unidade do mesmo estabelecimento.

Só que, ao que experimentei, os serviços – um terço o preço para quem hospedou no prédio velho – são totalmente díspares. Em 15 horas de hospedagem passei por quatro apartamentos. No primeiro a água empossava no box. De mudança, o segundo tinha ar condicionado que não desligava. Problema solucionado com a simples troca de pilhas. Ocorre que logo depois, ao usar o vaso para 1, percebo que a caixa de descarga não era recarregada. Consertado, segundo quem atendeu, mostrou o mesmo problema ao ser utilizada para 2. A solução foi dormir noutro aposento até que na manhã seguinte fosse reparado.

Depois de longa espera, foi anunciado que quando o bombeiro chegasse – já eram 10 da manhã – ao final da execução dos serviços que não tinha hora para começar o vaso deveria ficar duas horas sem utilização. Ri, claro! Daí, para seguir na mesma hospedaria, outra nova acomodação. O quarto apartamento que me obrigou, mais uma vez, carregar roupas e pertences da última unidade para a próxima.

Avisei ao atencioso e já envergonhado funcionário, se tivesse de fazer nova mudança, seria de volta para Belo Horizonte. Não aconteceu mais nada. A gerente, que passou ao meu lado por algumas vezes com olhar de paisagem, e tampouco alguém que respondesse pela casa de hospedagem, fingiram não saber do que se tratava. A melhor propaganda é boca a boca. E sigamos!

2 comentários sobre “Nem tudo foram flores

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