Peço permissão para dividir a celebração, a primeira, entre dezenas de familiares a festejar 100 anos de vida. O melhor de uma vida muito serena, ativa e altiva. No final se semana, prolongado com o feriado, lá em Uberaba nos reunimos festivamente em torno dela, de outras duas tias e centenas de parentes. De quinta a domingo foi festa o tempo todo.
E a melhor definição foi dada pela própria aniversariante. Ela fez discurso. Emocionando a todos, tia Lourdes, num belo texto que preparou, leu pausadamente e sem óculos. Depois, ainda, entre tantas pérolas, destacou algo que sintetizou a maravilha da reunião familiar e entre amigos. “melhor do que comemorar 100 anos foi a oportunidade das famílias se encontrarem. Santos e Paiva, estavam carentes de encontro”. Ovacionada!
E assim seguimos até o último dia, quando os primeiros começaram a voltar para casa e alguns poucos ainda resistindo até fechar uma festa sonhada pela família desde décadas passadas. Sim, nossa avó Venina, que adorava essas festas da família e olhava para o ambiente e dizia “tudo meu”, projetava seu próprio centenário. E assim, nós que com ela convivemos, passamos nossa infância, juventude e vida adulta nos preparando para esse grande evento.
Quis o destino que a vovó Venina não chegasse ao tão programado e esperado centenário. Faltavam exatos um ano e um mês, quando ela partiu com seus 98 anos e 11 meses de uma vida digna. Vovó teve 17 filhos, criou 15 (perdeu dois logo depois do nascimento) e ainda adotou outros quatro. Deixou um lindo legado e a frustração do cancelamento daquela festa.
Pois que, depois de mais de 30 anos de sua partida, pudemos viver essa emoção na família dos saudosos avós Venina e Armando. Entre seus filhos, norada e genrada (assim dizia ele) são três que nos bridam com suas presenças. A festeira tia Lourdes, minha madrinha Aída – fui privilegiado por tê-la e o tio Orlando como padrinhos – e a carinhosa tia Emiliana. As duas primeiras filhas e a última nora.
Se os demais não estavam presentes – existem indicativos que participaram em energia – de todas as famílias foram representantes. No caso da minha mãe Maria – éramos oito e atualmente seis – reencontramos em torno da matriarca da família. Assim como na irmandade das tias e tios, estavam filhos, netos, bisnetos, agregados e muita gente amiga. Foi uma festa de arromba, que marcou e nos resgatou a alegria do reencontro e a celebração do centenário.
Assim como nossos avós, quase que na totalidade, esse sentimento de harmonia familiar é passado de geração a geração. Já entrou na programação dos Santos – lá do Araxá – as comemorações das tias Aída e Emiliana daqui um tempo ainda. Depois dos demais, que agora já se aproximam dessa marca, entre os netos, esposas e maridos da terceira geração. Que assim seja!
Em tempo: pra não dizer que tudo foram flores, semana que vem posto sobre alguns contratempos. Até a próxima terça!
*fotos: Norma Romano Santos
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Que maravilha de festa , para comemorar os 100 anos da l
Lurdes. Isso não tem preço. Imagino, alegria dela. 100 anos não para qualquer um....Lindo seu texto Eduardo!
Eu, como filha, agradeço muito suas palavras, meu querido primo Eduardo. Aliás, sou sua fã!
FAMÍLIA....ahhhh como é bom!!!
Parabéns para sua tia Lurdes pelo centenário e com essa lucidez plena. Muito bom poder reunir a família para compartilhar este bons momentos. Pois muitas vezes as pessoas deixam para se reunirem apenas nos momentos de tristeza. Grande abraço!
Eduardo,
Não é à toa que você seja uma pessoa tão agregadora, que gosta de gente e que gosta da vida. É herança de família! Parabéns à tia Lourdes e você já mostra que também pode e vai chegar aos 100 anos de vida.