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Em busca da felicidade

 

Eduardo de Ávila

Na minha já distante infância, quando a imagem (preta e branca) da televisão chegou em Araxá, era essa a telenovela que parava as cidades do todo o Brasil. Como era comum dizer na ocasião – com grande elenco – me lembro de ouvir que seria uma adaptação de rádio novela transmitida em décadas anteriores aos também já distantes anos 60.

Mais à frente, com enredo diferente e já no início do segundo milênio, um filme que teve Will Smith no papel principal com seu filho – ainda criança – tentando encontrar conforto e passar boas referências. O título era “à procura da felicidade”. Ambos dramáticos, novela tem disso mesmo, mas mostrando que devemos sempre procurar encontrar essa tal felicidade.

Digo isso, pois em algumas postagens que faço, percebo depois que tenho passado uma mensagem de tristeza. Não é o caso. Juro! Lógico que as coisas não estão, ainda, acontecendo como eu gostaria que fossem, mas sigo acreditando e procurando. Sem ilusões românticas e tampouco de enriquecimento (sou de outra maneira), embora sempre faça minha fezinha nas lotecas tradicionais. Esses jogos de tv e apostas de placar, depois de tudo que tenho visto, não me motivam. Desconfio!

Como sei que esse joguinho é mais pela torcida em conferir que qualquer ilusão de acertar as dezenas, vou seguindo com meus sonhos e fantasias de trocar a vida ativa pela aposentadoria. Já poderia ter feito isso, me sobram idade e tempo de contribuição, mas fatores pessoais ainda me sugerem ir adiando esse momento. Viajo em pensamento sobre como será a partir desse inevitável dia de me recolher pra viver sem a responsabilidade que ainda tenho com a vida profissional.

Semana passada, colado nesse feriado que encerra hoje e emendou a segundona, pude experimentar sair pelo mundo. É uma das possibilidades que imagino. Pegar o carro e sair sem rumo certo. No caso recente, na verdade fui a Araxá e de lá até São Paulo e voltei pelo mesmo roteiro. Tinha destino certo, determinado e sabido. Mas, pude experimentar a delícia de permitir que o horário não fosse tão rígido como imponho ao meu dia a dia.

Algumas constatações. A primeira delas foi a delícia de sair do território mineiro e entrar no Estado de São Paulo. As estradas parecem ter te levado a outro país. É bem verdade que, do lado de lá do rio, os pedágios são bem mais pesados. O valor chega ao dobro ou até mais. E são muitos. Dez para a ida e onze na volta, quando mudei o roteiro passando por Uberaba.

Além do preço mais caro, pude ouvir, duas, três ou mais vezes, o cobrador do pedágio perguntando se queria a notinha do pagamento. Algo bem estranho para um desconfiado mineiro. Exigia todas. Num deles, no percurso de volta, o “desatento” cobrador deu troco a menos. Registrada a reclamação, fechou a cara e ainda a cancela, como se ameaçasse pelo protesto ao seu “descuido”. Nós num é jeca, mas nós também num é bobo e num faz isso naum!

Depois de três noites fora de casa, cada delas dormindo numa cidade e camas diferentes, voltei e me senti acolhido. Minha cama parecia ter sentido a minha falta. Cheguei no meio da tarde e ela me abraçou como que sentisse muito minha ausência. Como entendo que tentar encontrar a felicidade é algo que tem uma premissa básica, nunca se entregar ou desistir, senti que essa procura está muito mais próxima da gente que podemos perceber. E, seguidor que sou de grandes legados, me agarro em um de Ferreira Gullar: “não quero ter razão, quero é ser feliz”! E tenho sido, mesmo contido e recolhido em casa, mas com um grande número de bons amigos por onde passo. Sigamos e que assim seja!

imagens: pixabay

Blogueiro

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  • Viajei com você, Eduardo. E gostei. É isso aí, fomos feitos assim; para ser feliz. Vamos continuar buscando... e valorizando o que faz bem. Em geral, pequenas e simples coisas. Abraço.

  • Prezado amigo Eduardo que bom poder ser seu amigo. Assim sem os compromissos profissionais vai poder se dedicar ainda mais ao galão da massa. Abraços

  • Pelo que você conta Eduardo, a felicidade está ali, nas pequenas coisas e breves momentos. Enfim, é uma coisa mágica e por isso não dura, para depois ser novamente apreciada, né? Gostei do novo tom do seu texto. Andamos precisando de mais bons augúrios (palavra antiga, esquisita, mas foi a que insistiu em em sair aqui) e mais apreciação do que nos acontece aqui e agora. Aposentar é bom e trabalhar também é bom. Tô fazendo os dois! Quem te conhece sabe que você não vai parar ao se aposentar. Abraço

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