Qual entre nós, ao ouvir ou ler o título acima não segue com a letra e a voz de Simone embalando com “e o que você fez… O ano termina e nasce outra vez!” Em meio às lembranças ainda muito fortes dos primeiros natais, com as famílias das tias Aparecida e Aída (que saudade do tio Orlando, o melhor padrinho que meus pais me presentearam), ao lado da irmandade, primas e primos. E a espera do Papai Noel. Como era gostoso acreditar no bom velhinho.
Seguiram se os anos, começaram as ausências – a cada nova edição um entre os presentes –, primeiro tia Aparecida, depois o inesquecível cunhado Fausto Barbosa – que me fez Atleticano – seguido por outros (papai, mamãe e o Tim – Fausto irmão) até chegar neste fatídico 2022, com a dura falta da Balida. Nossa querida irmã Margarida era e sempre será a cara dessa música. C’est la vie! Meu consolo, já desde 2012, tem sido a visitação em creches, asilos e Escolas de Educação Especial, representando o Papai Noel.
A cada nova temporada e ação, a energia trocada com essas inocentes criaturas (as crianças e os especiais, naturalmente; já os idosos, ao que sinto, voltam à infância e confiam – até eu estou começando a reacreditar e no final farei essa confidência – que o bom velhinho existe). Este ano, como nos anteriores, sempre algo que emociona a mim, às princesas, aos super heróis e mesmo aos organizadores dos eventos. Vou me permitir algumas revelações deste duro ano que está encerrando.
Numa das Escolas Especiais, onde ficamos nos turnos manhã e tarde, dois irmãos receberam em delírio seus presentes. Existem famílias com até três especiais. Via de regra, fazem os pedidos por cartinhas, sendo que madrinhas e padrinhos desconhecidos se dispõem nesse atendimento. Pois que, só soube bem depois, saíram com os presentes direto para onde seu pai estava sendo velado. Lá, conforme relato de quem os acompanhou, mostravam ao progenitor animados – um deles cutucava no corpo dentro da urna – os presentinhos recebidos do Papai Noel.
Outra menina, também na mesma Escola Especial, que sai da aula e vai trabalhar, não se desgrudou da bota que foi presenteada. A mãe, presente ao evento de entrega, tentou levar o pacote para casa. Mas a mocinha não abdicou e carregou a enorme caixa, de ônibus, para o seu trabalho. Seguramente para mostrar aos colegas que o Papai Noel havia atendido o seu pedido da cartinha.
Noutro estabelecimento igualmente de ensino especial, a garota pediu uma caixa de maquiagem. A emoção dela ao abrir o embrulho foi comovente. A vaidade, nada latente, explodiu ao verificar os itens contidos na caixinha cheia de surpresas. O vídeo mostra a emoção da jovem. O mesmo ocorria com cada um dos agraciados. Nas creches, com criancinhas de dois a cinco anos, é comovente perceber as carinhas das meninas e dos meninos ao se deparar com o Papai Noel. A barba, coitada, testada sistematicamente é puxada ao constatar que é real e não “de mentirinha”. Com isso, é um chumaço de pelo, a cada teste que é repetido pela meninada conferindo se não cai a máscara do bom velhinho.
Pois bem, nos próximos dias ainda tenho alguns compromissos com essas crianças, adultos especiais e idosos, reafirmando duas convicções. A primeira, sei que faço bem à fantasia deles, mas saibam todos que a vibração deles me faz muito melhor. É incrível e só quem participa entende e percebe que nós recebemos muito mais que essa pequena doação que é a presença física.
Por fim, a segunda revelação. Se como disse no início e prometi fechar o texto contando, quando eu era criança acreditava no Papai Noel, agora estou convencido que ele existe mesmo. E sou eu! Sigamos, eu e todos os papais-noéis espalhados pelo mundo todo, fazendo a alegria e deixando a fantasia dessas pessoas explodir em felicidade. Assim seja!
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Que coisa maravilhosa, Eduardo! Fiquei emocionada com seu relato e imaginei a carinha feliz destas crianças puxando sua barba pra ver se era de verdade. Que experiência, hein? Você merece e eles super merecem. É muito bom saber desse trabalho seu. Parabéns, amigo e desejo boas festas! Abraços!
Minha eterna admiração e respeito por você
Papai Noel Eduardo.
Feliz Natal!
Maravilhas, Dudu. O gesto e o texto.
Feliz de quem não renega
a força que vem da crença
de que no gesto da entrega
já se ganha a recompensa.
Da Cruz Coutinho
Sei bem do que vc está relatando, faço parte deste sonho com vc, fico nos bastidores com coração cheio de amor e felicidade vendo o sonho deles se realizando. Somos felizes em fazer o bem sem olhar a quem , que venha as próximas instituições e o 2023 cheio de amor e esperança.
Que texto lindo Eduardo! Me lembro que no segundo evento que participei com você na festa onde a garota ganhou a maquiagem eu te falei que Papai Noel existe. E existe mesmo! Encontramos Papais e Mamães Noel por toda a nossa vida! O seu, o nosso projeto é lindo . Nós é que ganhamos o presente .
Verdade, querida! E como é gostoso fazer parte dessa alegria da criançada.
Parabéns ao Papai Noel Eduardo. Bonito e gratificante trabalho . Abraço.