A arte de conviver com hidrófobos

Eduardo de Ávila

Via de regra, meus domingos são de introspecção. Quando tem jogos do meu time do coração me preparando para esse grande evento. Se em BH, lógico que com a minha presença. Por enquanto no Mineirão, mas à partir de maio na nossa casa, onde eu e filha temos nossas cadeiras cativas numeradas e com direito a nome de propriedade no encosto.

Como, nesse período, sem jogos de meu interesse e com a selecinha (de novo no diminutivo) da cbf eliminada, volto meus pensamentos ao nosso futuro. Ao que o Brasil e brasileiros podem esperar daqui três semanas. Afinal, nosso candidato venceu as eleições, espalhando sobre nós uma boa expectativa de consertar a nação que andou por algum curto tempo na direção contrária da moralidade e dos bons costumes.

Diferente de uns e outros, quando meus candidatos ou opções são derrotadas – democraticamente – nas urnas, me reservo ao papel de fazer oposição e aguardar as próximas eleições. O que estamos assistindo, é uma minoria – agora em números quase inexpressivos (a maioria que votou no candidato derrotado não compactua com esse histerismo) – torcendo contra e acreditando em teorias absurdas de conspiração alimentada por fake news.

Essa raiva, que é uma doença contagiosa, pode levar a morte. Sim, muitos entre pessoas que nos sempre foram muito caras, foram infectadas pela hidrofobia e tentam contaminar a todos, com afirmações levianas e sem conteúdo. Desprovidas de seriedade e tampouco eles mesmos confiam e acreditam no que dizem. Mas, contaminados, seguem na intenção de fingir daquilo que não são. Sartre definiu essa condição, quase um século passado, como má fé. É um ato de auto mascaramento e alienação.

Pois que, como dizia no início, iniciei meu domingo fazendo minhas orações diárias e logo na leitura me vem algo interessante. “Mesmo na velhice, sinta a mocidade nas veias”. E ao final contempla com “se na mocidade os desejos dominam, na velhice domina a sabedoria”. Fui forjado na resistência e seguirei até meus últimos suspiros com esse propósito. Fosse eu, como muitos que conheço, acomodado com a minha situação não ofereceria meu tempo na luta em favor daqueles que necessitam. Tenho um bom trabalho, sou feliz, mas – acima de tudo – sou resistência!

As eleições passaram, ganhou o lado que eu julgo melhor, com todos os seus defeitos. Mas, diferente da experiência recente, venceu quem tem preocupação social, que deseja e vai combater a fome e a miséria. Que, confiante na Justiça e na ciência, irá nos oferecer vacina e não debochar das pessoas e do sofrimento dos brasileiros. A extrema direita, salvo melhor juízo, não terá mais espaço no Brasil. Nunca mais.

A propósito, a direita conservadora – civilizada -, ao que trouxe uma interessante publicação em O GLOBO, parece caminhar na direção do governador eleito em São Paulo. Diferente do mineiro, meu conterrâneo e até primo lá do Araxá (inclusive confessei meu voto nele) – o governador paulista Tarcísio de Freitas tem se apresentado como defensor de suas convicções dentro do xadrez democrático. Já os radicais, que desrespeitam instituições – a exemplo do ainda pR e seus seguidores patriotários – defendem o golpe como forma de perpetuar no poder. Sem a aprovação da maioria dos brasileiros.

E assim, como diz a letra de um sertanojo defensor de golpistas, “e assim vou vivendo…sofrendo e querendo”, mas nada doentio e respeitando as regras do jogo. O Brasil precisa e merece ser passado à limpo. A única mudança pessoal de comportamento, exclusivamente minha e sei que muitos também concordam, diferente da redemocratização nada de anistia ampla geral e irrestrita. Muitos bandidos seguiram e conspiraram pelo retrocesso recente, agora é a aplicação da lei. Sem exceções! Pau que dá em Leno, tem de dar em Heleno. E também em Bozo e bolsolóides!

Em tempo: enquanto postava aqui, casualmente, descobri algo significativo. Hoje é dia 13. Boa sorte, Brasil!

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4 comentários sobre “A arte de conviver com hidrófobos

  1. Essa quadra que agora finda, iniciada com uma facada que não trouxe o resultado esperado, dará lugar à esperança, ao combate sistemático a miséria e, principalmente, ao amor, que sempre vence o ódio. Viva os 13.

    1. Como é perceptível foi editado. Poderia atirar logo na lixeira, mas acho interessante passar o recado. Covarde, que não tem coragem de assinar, e ainda coloca email falso. Bananinha, que nem o miliciano Dudu. Sim, o Eduardo que mancha o nome. Aquele que te deixou com a brocha na mão e foi pro Qatar levar pen drive. Te faz de idiota útil. Aqui, covarde, tem nome e sobrenome. Tem cara, diferente de babaca como vc.
      Em tempo: o IP te identifica, borrão. Quanto palavrão, é assim que se comportam os defensores da falsa moralidade? Fake cristão, doublê de rico, que se mistura com a canalhice que é o seu próprio espelho.
      Quando será anunciada as próximas 72hs. Imbecilidade.
      Ah! Mais uma. Seu texto promíscuo tinha ido direto pra caixa de spam, resgatei.

  2. Por minha profissão tive o prazer (e por diversas vezes, o desprazer) de me relacionar com Tarcísio de Freitas, profissional de carreira do DNIT. Homem sério, competente e, sobretudo, posso afiançar, um excelente gestor. Aquela cabeça, sim, deveria ser seguida por aqueles que, diferentemente de mim, apreciam os dogmas (sim, eles também os têm) do modelo econômico mais à direita. Tenho fé que a dupla Lula/Alckmin saberá conduzir o país com equilíbrio e mais próximo da justiça. Em frente, Brasil!!!

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