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Acorda, Brasil!

Eduardo de Ávila

Na verdade, esse chamado a despertar é dirigido a uma minoria bem pequenininha mesmo. E mais, como estou me referindo às eleições, sequer atinge aos 49,1% que optaram pelo candidato derrotado. A maioria deles, esmagadora mesmo entre os que preferiram essa opção, já viraram a página e estão – cada um – trabalhando, pensando e olhando para o futuro.

Entretanto, alguns, entre os quais (infelizmente) gente próxima a nós e outros que deveriam estar – pelo menos em tese – se ocupando com suas obrigações, seguem insistindo na contramão do processo democrático. Nunca imaginei que fosse vivenciar um momento tão bizarro – ridículo mesmo – de pessoas que sempre me mereceram toda consideração. Eu, como todos nós, recebendo fake news das mais imbecis dando conta de teorias de uma conspiração que passa exclusivamente por cabeças e mentes absolutamente doentias. Pior, sabedores que são fakes, insistem nisso. Nenhum entre nós dá a menor confiança ou crédito a tanta babaquice.

Sem contar, nesse caso ainda iremos nos divertir muito, das escrotices encenadas por resistentes pelas ruas e rodovias do nosso Brasil. Foi, melhor tem sido, hilário, cada vídeo recebido. Desde marcha soldado, cabeça de papel; passando por “palavras de ordem” dos fakes generais no comando de um bando de idiotas que querem acreditar no absurdo. Cheguei a pensar, na minha condição de Atleticano, fazer uma vigília com a Galoucura – aquela que fura bloqueio de anarquista contemporâneo – na porta da cbf exigindo títulos para o nosso time do coração. Mas, seria tão ridículo quanto essa gente.

Vi, ouvi e assisti cada peça digna das melhores comédias. No dia, enquanto os eleitores de Lula comemoravam a vitória – em alguns casos agredidos e até homicidas derrotados soltos pelas vias públicas – esse grupo da nova resistência também festejava as fake News. Gritavam e cantavam a cada nova mentira. Prisão de Alexandre de Morais, descoberta de fraude, seguindo pelos dias – debaixo de chuva e frio, até mesmo no caso de BH atrapalhando aula de adolescentes numa escola –, caminhão entrando no quartel como se tivesse carregado de fuzil para o golpe.

E seguem as atrocidades e barbáries. Uma live de produção argentina promovida por um gringo da extrema direita; noutra produção fake, um sujeito – vestido com trajes apropriados – anunciando que o presidente eleito estava hospitalizado. Lula sofrera um AVC e estava no Albert Einstein. E por aí seguiram e ainda irão nos divertir muito, aqueles que acreditam no inacreditável. Sei e conheço gente que diz, é mentira mais eu queria que fosse verdade. Enfim…!

Enquanto isso, de volta aqui na realidade mineira, igual e tristemente assisto que o governador Zema vai perdendo uma boa oportunidade de se firmar como um possível e eventual líder do conservadorismo. Seria bom para o Brasil que algum representante desse pensamento assumisse esse papel no lugar dessa figura caricata e imbecil que foi o pR e que ainda fica no cargo até 31 de dezembro próximo.

Entretanto, ao invés de buscar se firmar – de maneira equilibrada nessa condição – depois de ter apoiado o candidato derrotado e até exagerado em postagens excessivas, agora optou por utilizar sua conta de Instagram com mensagens enigmáticas como: “infelizmente, o Brasil nunca perde uma oportunidade de perder oportunidades”, Roberto Campos; noutra: “é mais fácil enganar pessoas que convencê-las que foram enganadas”, Mark Twain. E segue assim, diariamente, entre “bom dia” e “boa noite”.

No mundo paralelo, similar ao da minoria que insiste em não acatar o resultado das eleições, parece não se perceber questões políticas em andamento aqui nas nossas Minas Gerais. Ah! Vale registrar que esse movimento de rebelião da minoria sequer ocupou ou atrapalhou o descanso do presidente eleito e sua esposa Janja no litoral baiano. Tampouco ocupou o espaço pretendido na mídia nacional ou internacional, que se rende ao novo momento brasileiro.

De volta pra MG. Aqui as coisas seguem acontecendo e se o governo de Minas não acordar, algumas derrotas já serão sentidas num futuro bem próximo. A eleição da mesa da Assembleia, no quadro atual, está praticamente nas mãos da oposição, pela inabilidade na condução do processo. O vice e o super secretário, sistematicamente, tem dado varada n’água nesse assunto. Seja em reunião com presidente de outros órgãos, no caso do vice; e até mesmo com os pretendentes, como fez o assessor que esteve de férias depois das eleições. Aquele que criou uma empresa para assessorar a campanha do chefe. Soube que tem apoiador e doador que não gostou desse comportamento. Nada novo!

Lembrando que, o presidente eleito, que terá na sua base parlamentar apoio de diversos partidos que inclusive foram aliados de Zema, tem em MG cargos à disposição para – se quiser – fazer até um governo paralelo. Basta, por exemplo, delegar ao senador Silveira (não reeleito) conduzir os assuntos de interesse dos mineiros. Metrô e tanta coisa mais, que dispensaria quem insiste em permanecer no palanque do terceiro turno. Mesmo com o vice tendo dito que Lula e Zema são maduros, é preciso que demonstre maturidade. Nessa entrevista do vice, ele afirmou que o estado não recebe atenção desde Itamar, então o que assistimos na campanha do segundo turno no estado era mentira?

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  • Comentário /advertência perfeito. O Governador, e a criançada em seu entorno, demonstram total despreparo para o exercício político. Quem sonha em chegar à Presidência da República pode acabar chegando onde começou, Araxá.

  • Perto do que estamos vendo, até que ir pra porta da CBF exigir títulos para o nosso Galo não seria tão ruim... mas o que eu não consigo entender (juro que faço força) é o que parte da minoria perdedora quer.

  • Eduardo. Perfeitas suas colocações. Nosso Tramp tupiniquim não aceita o resultado das eleições e o gado tenta repetir o Capitólio. Um abraço

  • Realmente o governador está perdendo a oportunidade de se firmar como alternativa conservadora.
    Quanto as mentiras da campanha, todos sabíamos, alguns fingiram não saber

  • Eu vejo que chegou a hora dos apadrinhados políticos do Bolsonaro assumir a dianteira da pauta conservadora no Brasil, mas que seja de forma democrático com respeito a constituição. Tarcísio e Zema poderiam muito bem fazer isso já que ambos tem os dois dos três Estados mais ricos do Brasil. Deveriam jogar uma pá de cal neste bolsonarismo de extrema direita e defender na base da argumentação suas pautas conservadoras, sem avacalhar a república como fora feito nestes últimos 4 anos. Zema deveria mesmo dar apoio ao bons candidatos que perderam, como Alexandre da Silveira, deixar ele ser o interlocutor com o Presidente Lula e buscar melhorias para o Estado. Concordo com você Avila.

    • Pois é, fico muito entristecido, sempre tive por ele a mais alta consideração e respeito. Mas, ao se juntar com meia dúzia de garotinhos juvenis, tem andado na contramão.

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