Silvia Ribeiro

Eu não poderia deixar de te dizer que eu sinto muito orgulho de você.

Da sua bravura, do seu jeito simplório de receber, e até dos seus enganos.

Confesso que as vezes fico olhando as suas dores e vejo que algumas feridas ainda sangram, então eu penso: dessa vez ele vai fraquejar.

Te pego em noites insones molhando o travesseiro, fazendo as suas preces, juntando os seus pedaços, e me compadeço.

Mas, logo pela amanhã você já está ali com um sorriso de bom dia contando histórias pra quem quiser ouvir, e deixando a vida entrar pelas suas veias.

Lutando com garra, com ânsia de vencer, transpondo os seus limites, se reconstruindo dia a dia, passo a passo.

Você sempre foi um bom menino!

Me identifico com o seu empenho em muitas vezes se abandonar em prol de algum socorro, o seu cuidado em não ferir, e a sua delicadeza em deixar boas lembranças.

Sei que se entristece quando não é bem recebido, ou quando não conseguem te entender. No entanto isso nunca limitou o seu gingado.

Porém, o que me encanta é ver você de malas nas mãos indo morar em alguém, o seu jeito de bater à porta e ir colocando as suas coisas no lugar. Arrumando as prateleiras dos seus sentimentos e pendurando os seus desejos em cabides de sonhos.

Fico toda prosa por mais uma vez ver você sem se demorar em tristezas e, por mais esse recomeço.

Este é o meu coração: um bom contador de histórias.

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