Já não padeço de saudades

Já não padeço de saudades.

Tenho o desejo cru esbofeteando o meu rosto, esfregando em meu corpo todo o seu fulgor, magnetizando o seu cio, e tornando os meus desvarios dignos de si mesmos.

Um alvorecer que me puxa pelo vestido, mordisca os meus lábios, e se afoba em recitar as minhas curvas. E eu não sei o que fazer com toda essa completude que os seus instintos me oferecem.

Tenho a virilidade das suas mãos viajando nas minhas pernas, como se tivesse passado uma vida inteira buscando por isso. E esse êxtase do seu olhar que me abraça apertado.

Rendo-me à cada curva da sua alma como se eu estivesse envolta numa lareira que me aquece, com deslizes perfeitos se exibindo para o seu suor.

Doidivanas a minha respiração alardeia o eco das fantasias que eu vivi entre um gole e outro do seu perfume. A euforia de te pertencer trata-se de um ser que vive dentro de mim, e que tem o peso de todas as declarações que eu ainda não fiz.

Distrações raras fazem do meu sorriso uma criatura com muitas faces. E eu começo a adivinhar gestos e risos querendo me levar por mistérios que festejam uma memória doce.

O sonho de acordar ao seu lado se declara ao sentir o seu toque, e ao ouvir a primeira sandice recostada em seu peito. A magia desse momento sintoniza todas as delícias que iremos viver, nos colocando na posição de aprendizes.

Por isso digo que até agora a pouco eu não sabia o que é amor.

Agora eu sei.

*
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18 comentários sobre “Já não padeço de saudades

  1. Silvia, a sua forma pura e nua de se expressar, nos faz ser transportados para um estado emocional, que em nós homens, nos impele a acreditar que todas as mulheres são assim, sem rodeios e sem medos…ah! Como é bom sentir esse êxtase feminino ao nos entregar de corpo e alma…ah! Como seria bom, se em todas
    pulsasse essas emoções…a vida seria linda, maravilhosa.

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