Sandra Belchiolina
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Parte I
Sem dúvidas, três grandes nomes ecoam por Buenos Aires: Evita Peron, Carlos Gardel e Jorge Luis Borges.
Vamos falar um pouco deles e onde estão os maiores atrativos da cidade relacionados às suas memórias.
Maria Eva Duarte de Perón – Evita Perón, filha bastarda que teve uma infância pobre e desde nova desejava ser atriz. Conheceu Juan Carlos Perón, com quem se casou.
Ingressou na política e tornou-se um mito na Argentina. Morreu aos 33 anos, com câncer de útero e até hoje é referenciada pelos argentinos. Em 1996, o filme Evita com Antônio Bandeiras (Juan Perón) e Madona (Evita) estava nos cinemas do mundo.
No Brasil, Evita – O Musical (2010) com Daniel Boaventura e Paula Capovilla reviveu o amor e conquistas do casal nesse filme aclamado.
Um dos atrativos turísticos de Buenos Aires é o Cemitério de Recoleta. Alí, estão mausoléus dos políticos e artistas portenhos. O de Evita é o mais visitado até hoje.
Foi inaugurado, também, no 50º aniversário de sua morte, em 2002, o museu em seu nome.
Carlos Gardel – Alguns estudiosos sustentam que ele nasceu na cidade de Toulouse, na França. Mas, conforme ele mesmo dizia: “nasci com dois anos e meio em Buenos Aires”. Cantor e ator, foi um grande divulgador do Tango pelo mundo.
Atualmente, há várias casas de shows de Tango em Buenos Aires e uma das mais tradicionais carrega seu nome – Esquina Carlos Gardel.
A casa está no coração do bairro de Abasto, na rua que também leva seu nome. Ela foi construída no mesmo local do antigo Hotel/restaurante Chanta Cuatro, que testemunhou a adolescência de Carlos Gardel.
Jorge Luis Borges – renomado escritor argentino e indicado ao Oscar muitas vezes, apesar de não tê-lo ganhado.
Borges não era fascista como muitos quiseram acreditar. Ele não gostava da política e todos os fanatismos, quer seja de esquerda ou direita.
Segundo ele: “as ditaduras são execráveis porque fomentam a opressão, o servilismo, a crueldade. Ainda mais abominável é o fato de fomentarem a estupidez; distintivos como slogans idiotas, manifestos dos chefes, os vivas e a baixos preestabelecidos, as cerimônias unânimes, a disciplina que toma o lugar da razão. Combater essas tristes monotonias é um dos muitos deveres de um escritor.”
Além de propagar uma de suas máximas: “o casamento é um triste destino para as mulheres”.
Buenos Aires tem um roteiro para os amantes de Borges e alguns desses lugares são para todos. A Praça San Martin era seu reduto, pois morava praticamente na esquina – Calle Maipú, 944.
Frequentava a Libreria de La Ciudad que fica enfrente. Escreveu um poema que leva o nome da praça.
Café Tortoni – cafeteria ícone de Buenos Aires, sendo uma das mais antigas das Américas, funciona desde 1858.
Em suas mesas já sentaram Carlos Gardel e Borges. Há apresentações de Tango nesse ambiente da Belle Époque.
Carlos, Borges e Evita são contemporâneos nascidos respectivamente em 1890, 1899 e 1919. Fizeram a história da música, literatura e política da Argentina e são relembrados desde então pelo mundo.
Para saber mais:
- https://www.sohistoria.com.br/biografias/evita/
- FONSECA, Cristina, org. O Pensamento Vivo de Jorge Luis Borges. São Paulo: Martin Claret, 1987 pg. 36-37
- https://turismo.buenosaires.gob.ar/br/article/jorge-luis-borges
- https://www.mibuenosairesquerido.com/pt/personalidades-argentinas/carlos-gardel/
- Clique aqui para ver o roteiro completo de Borges.