Qual pegada deixará?
Nosso querido poeta Carlos Drummond de Andrade nos alerta, em Receita de Ano Novo: Para ganhar um Ano Novo//que mereça este nome,//você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
Em 2020, ano marcado por uma pandemia e outras catástrofes como a chuva em Minas e as queimadas no Brasil afora, com sua forma maior de destruição no Pantanal. Há aqueles que defendem que foi um ano de reflexões e mudanças?
Outros observam que isso ocorreu somente para pessoas conectadas ou preocupadas com o modus vivendi do ser humano, ou seja, já eram pessoas com responsabilidade socioambiental. Fato é que precisamos tentar um Ano Novo. Isso significa tentar viver com menos, e com mais consciência e ações que geram o menor impacto na natureza.
Equilíbrio perdido, reportagem de Sérgio Figueiredo para revista Veja de 23 de dezembro de 2020, informa que o produto do homem já é mais pesado do que a base natural do planeta. Ou seja, a humanidade produziu em séculos um volume maior do que toda a massa viva da Terra. Sabemos o que isso significa e boa perspectiva não é para o equilíbrio terrestre.
Esse assunto pode parecer inapropriado para uma crônica que será postada no último dia do ano. Mas não! Aproveitei a ocasião, pois essa época é utilizada para fechamento, balanço do ano e promessas futuras para o próximo. E aqui, vem o meu apelo: o que você pode fazer para cuidar de você, dos seus, de mim, dos meus, de nós e toda a vida que nos envolve?
Plantar árvores? É bom! Reciclar, reutilizar, renovar? São bons! Menos massa produzida? Ótimo! O equilíbrio pode voltar? Talvez. Fala-se muito em sustentabilidade, contudo somente significa menos impacto. O que pode ser menos do menos impacto? Será o retorno ao campo da população? Movimento contrário do êxodo rural? Fala-se que o pós-pandemia terá essa tendência. Veremos o que nos aguarda.
E Drummond diz:
“É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre…”
“Não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,…”
Eu já fiz minha escolha e a cada dia preciso de menos coisas. Caminharei, por aí, deixando somente pegadas.
FELIZ ANO NOVO!!!
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