Aprendendo com a dor de cada momento

Eduardo de Ávila

Só no domingo, ao ler mais uma pérola da parceira Rosângela Maluf, que me dei conta de outra dor a ser ainda vivida neste 2020. Não bastasse o isolamento absoluto de março a julho/agosto – vivendo a partir daí com alguma permissibilidade – agora, já fechando a primeira metade de dezembro, sinto falta de anos a fio passeando por creches, asilos e escolas inclusivas para alegrar crianças, idosos e pessoas especiais.

Fazer parte deste seleto grupo de “miranteiros” tem sido um bálsamo ao período tão difícil que estamos vivendo. As companheiras: Rô, Vic, Dani, Sandroca e Taí, ao lado do Guelé – que não me permitiu ser o “bendito fruto” entre elas – tem sido um conforto para sobreviver ao pesadelo que insiste em não terminar.

Como se não bastasse, ainda assim, somos testados a todo instante com outros desconfortos. Não fossemos fortes, seguramente, teríamos capitulado muitos – durante esse pandemônio – por ações daqueles que ainda não se deram conta que a vida deve ser vivida com solidariedade. Enfim, sempre seguindo em frente, estamos a poucos dias da virada do ano mais louco de nossas vidas.

Conforme já manifestei acima, no meu caso pessoal, essa é a primeira vez em anos que fico sem poder levar a fantasia do “bom velhinho” a tantas doces criaturas que fazem parte do meu mês de dezembro. Nenhuma das instituições poderá, em função da onda epidêmica, realizar a festa de natal aos seus assistidos, como vínhamos fazendo constantemente.

Minha primeira e inesquecível experiência foi na Creche Comunitária Terra Nova, localizada próxima à Praça JK. Depois vieram outras e, com o tempo, encontrei na companheira Audrey Rezende – uma santa com anos de trabalho assistencial e filantrópico, não só na época do Natal – a parceira para minha agenda anual de Papai Noel.

Vale o registro, a cada nova temporada natalina, minha representação na entrega dos presentes – cuidadosamente assegurados por anônimos padrinhos – fazem tão bem que me energizam para contrapor aos dissabores vividos e ainda a experimentar nessa existência. Pois é, nesse estranho ano de 2020, quis o destino privar às crianças, idosos e especiais – também a mim – desse momento tão excepcional vivido a cada dezembro.

Sendo eu entre aqueles que confiam em Deus e sabendo que estamos aqui de passagem em busca de aperfeiçoamento, me sinto seguro que tudo isso vai passar logo. Assim, vamos estar todos de volta – vacinados (tanto pelo medicamento quanto pela experiência) – para vivermos novos e bons tempos. Se o carnaval, ao que acompanho (gosto também), terá data para 2021, certamente as visitas às creches, asilos e escolas especiais também terão essa nova oportunidade.

Afinal, como assegurou Rosângela no seu texto de domingo, “Papai Noel existe!” Confio piamente que esses tempos estão sendo e serão superados. Insisto que, sejam nas minhas postagens ou nas prosas pessoais, jamais tive a pretensão de impor o meu pensar. Divirjo, mas respeitando opiniões diferentes. Creio que vamos seguir nossos caminhos com mais tolerância, ainda que chamados – insistentemente – à provação.

Permito-me terminar nossa conversa desta terça-feira com uma entre as dezenas de frases do Padre Eustáquio – que dá nome ao tradicional bairro de Belo Horizonte. Holandês de nascimento, foi na capital mineira (depois de passar por Romaria e região – inclusive Uberaba – no interior mineiro) que se destacou com o dom de cura. Foi beatificado em 2006. Eis a frase: “Que nada nos perturbe, que nada nos aflija, que nada nos assuste! Tudo passa: a dor e a alegria. Só Deus fica. Eternamente!

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Imagens: 1 e 2) arquivo pessoal; 3) redes sociais

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  • Eduardo, bom dia!!!

    Que frase linda de Padre Eustáquio:

    "Que nada nos perturbe, que nada nos aflija, que nada nos assuste! Tudo passa: a dor e a alegria. Só Deus fica. Eternamente!”

    É uma frase, não só espiritual, mas também filosófica.

    Muita sabedoria universal...

    O Mundo, sem justiça social, não roda, mas emperra!!!

    • Momentos memoráveis vivemos com o nosso glorioso Papai Noel. A alegria nos olhos das crianças era contagiante e trazia um alento p cada uma delas. Agradeci e agradeço a você Eduardo pelo carinho e entrega àquelas crianças. Que Deus abençoe imensamente a sua vida hj e que esses momentos mágicos possam acontecer novamente.
      Forte abraço!

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