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A vida é um sopro

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Eduardo de Ávila

Quantas vezes ouvimos isso durante nossa existência? Não saberia sequer precisar se dezenas, centenas ou até mesmo em milhares de ocasiões. Sei que ouço isso desde criança. Nesta exata expressão e até mesmo em variáveis do mesmo sentido. Me lembro de meu pai afirmando com muita convicção que o tempo voava.

Incrédulo com essa e outras tantas coisas que ele dizia, entendia que era uma maneira de dar uma pressionada no filho mais novo que deu bastante trabalho para estudar na época do ginásio e científico. Primário até que fui muito bem; depois na faculdade quando fiquei numa média ponderada entre o bom aluno do primário e o “malandro” (era assim que era chamado em casa) do ensino intermediário.

Explicando aos mais novos. Ginásio era o que hoje vai da quinta à oitava série e científico os três anos anteriores à Faculdade. Já mudou tanto de nome. Sei que era ensino básico e médio, atualmente nem consigo mais acompanhar tanta alteração. Antes de falar do sopro da vida – já disse noutra postagem – meu saudoso pai dizia coisas que me envergonhavam perante meus amigos.

Tais como sacolas de plástico deveriam ser reaproveitadas. Até mesmo que chegaria um momento que íamos falar pelo telefone vendo as pessoas do outro lado. Confessei e repito. Queria enfiar debaixo da mesa de tanto constrangimento perante meus colegas. E ele estava certo! Seguramente, com praticamente o mesmo tempo de vida que estou atualmente (morreu pouco antes de completar 64), meu pai leu centenas de vezes mais que esse filho caçula.

Pois, agora ao final (espero) desse período de isolamento e depois de muitas reflexões e lembranças (boas) de tudo que pude vivenciar em meus quase 63 anos, chego noutra confirmação. O tempo voa. Fico lembrando – ainda tenho registrado na memória – do meu primeiro dia de aula. Aquele menino curioso, de calça curta, meia ¾ (abaixo do joelho) camisa branca com o nome do Grupo Escolar Delfim Moreira no bolso.

Os primeiros inocentes “flertes”, as aulas das professoras Angelina, Darci, Tita e Alza. A primeira e última já não estão mais aqui, assim como meus pais. Depois disso o Colégio Dom Bosco de Araxá, em seguida o mesmo salesiano em Cachoeira do Campo (internato), de volta ao primeiro, e ainda em Araxá as escolas Vasco Santos e Jesus Cristo (da foto acima onde concluí o ginasial). Acho que dei trabalho.

No científico, segundo grau, foram ainda mais. Belo Horizonte: Santo Antônio, Anchieta, São Vicente (PP-pagou/passou) e Champagnat. Depois ainda São Paulo: Paulo Eiró e Objetivo. Já os cursos superiores foram apenas numa única escola cada. Faculdade de Direito Milton Campos (foto abaixo da formatura) e FAFI-BH (atualmente UNI-BH), onde fiz Jornalismo. Coitados do papai e da mamãe. Ele sequer me viu aprovado no primeiro vestibular. Ela, um tanto incrédula, esteve nas duas formaturas.

Daí pra frente veio a vida profissional e me tornei pai. Em meio a isso, ainda fui vereador em Araxá, eleito com 24 anos. Quero crer que aprovado nessas missões. Não milito na área do Direito, embora até tenha OAB; no Jornalismo – entre redação e assessoria – não sou top tampouco e muito menos aventureiro. Sei de minhas limitações e capacidades. Como pai, me esforço em sinalizar pelo bom caminho (pessoal e profissional) e tento fazer o máximo, nem tanto quanto gostaria, mas o que posso e também me estimula.

Digo tudo isso, com uma única intenção. Nos últimos dias – sentindo que “a vida é um sopro”, além de ler muito sobre essa velocidade dos tempos, posso afirmar que sou realizado nessa passagem pela Terra. Sem pressa de ir embora, ao contrário, quero viver com os bons ventos que sempre me conduziram. Ainda tenho muita lenha pra queimar, embora agora mais lento do que a minha agilidade e disposição que foram importantes ao longo de décadas.

Entre tantas leituras que fiz sobre essa rapidez das nossas vidas, me atrevo a postar uma frase que destacou aos meus olhos e pensamentos.

“A vida é uma estrada que leva ao destino que todos já sabemos. Então aproveite o caminho”. Mayara Benatti

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  • Viver é aqle intervalo de tempo
    entre o sopro e o apagar da vela, e, neste intervalo existem dois dias em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia p acreditar, fazer e principalmente viver. Sigamos!

  • Belíssimo texto!
    Estou nos meus 3.8, mas já estou cada vez mais convicto de que a vida é um sopro. E nada duradouro.
    Aproveitemos a vida!

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