Imagine a cena: o presidente da República, esgueirando-se do local do crime, com um pincel e um pote de tinta preta nas mãos. De bate-pronto, você diria tratar-se de um genocida, que planeja pintar o Brasil de luto.
Outro, com o olhar mais romanceado da coisa, apostaria na ação de um cavaleiro do apocalipse. Ou melhor, do próprio cavalo, disposto a apagar os lampejos das artes e da ciência com uma só demão de estrume.
Acrescente ao cenário uma cruz vermelha na parede. Com o pincel e a tinta preta, puxe, mentalmente, uma perninha aqui e um bracinho ali. Veja o que restou: não mais o símbolo universal da vida, mas outra cruz, uma bem mais ao estilo dos facínoras.
Pensa que acabou? Esforce-se só mais um pouco. E tente conceber as seguintes palavrinhas, que parecem saídas da boca do esgoto: “Bora invadir outro?”.
Agora, sim, a obra está completa!
Eis a caricatura grotesca do messias das trevas que propaga violência, desinformação e desunião. E que incita o rebanho do chiqueirinho do Alvorada a invadir hospitais de campanha contra os esforços de governadores e prefeitos na proteção à vida.
A imagem que você idealizou tem autoria — além de todos os artistas, jornalistas, cientistas e este cronista que assinamos embaixo com ele: o grande cartunista Renato Aroeira.
Claro, há quem não gostou — advinha quem? Tudo depende da sua imaginação, a menos que você não tenha a mente poluída o bastante para idealizar tamanha aberração.
Não só não gostou como foi além. E mandou investigar o artista, com base na lei de segurança nacional. Agora querem enquadrá-lo no artigo 26, que utiliza 386.658.154 palavras difíceis para dizer uma só, não menos intragável: censura.
Mas aqui, não. Censores não passarão. Porque #SomosTodosAroeira.
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